quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

2014: A mordida do leão


Do Portal do Estadão

"Nova tabela do IR aumenta cobrança de impostos sobre salários.
[...]

Pela nova tabela, passam a ser dispensados do pagamento do imposto os empregados que recebem até R$ 1.787,77. Atualmente, o tributo não é cobrado de quem ganha até R$ 1.710,78. 

A alíquota de 7,5% passa a ser aplicada para quem receber entre R$ 1.787,78 e R$ 2.679,29. Já o desconto de 15% passa a ser aplicado sobre a faixa salarial de R$ 2.679,30 até R$ 3.572,43. A alíquota de 22,5% valerá em 2014 para quem recebe salários entre R$ 3.572,44 e 4.463,81. Por fim, a alíquota máxima, de 27,5%, vai incidir sobre vencimentos superiores a R$ 4.463,81. "

Leia a o texto completo em: <http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,nova-tabela-do-ir-aumenta-cobranca-de-impostos-sobre-salarios,173893,0.htm>

 

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

As pessoas são como a lua



Por William Sears
 
"Porque é que vocês humanos ficam tão bonzinhos durante duas semanas aqui no parque na época do Natal, e tão miseráveis no resto do ano? A maioria das pessoas que vem aqui durante o ano se parece com algas marinhas, mas no Natal.. com madressilvas! Como você explica isso?

As pessoas são como a lua [...]. A lua não tem luz própria. Retira tudo do sol. Quando a lua está virada para a terra é sua parte escura - não reflete luz. Porém, quando a lua desvia-se da terra e vira para o sol, vai gradualmente ficando linda. Primeiro é um fio de prata; então é um-quarto de lua, metade, três-quartos; até que finalmente quando está de costas para a terra e fica direto à frente do sol, torna-se uma grande, redonda, brilhante lua cheia. E é nesse momento que derrama toda sua luz sobre este mundo escuro.

[...]

É assim também com as pessoas [...] Quando seus corações estão voltados para as coisas materiais deste mundo, elas são escuras. Não há luz em seus rostos ou seus corações. Mas quando elas desviam-se das coisas materiais e voltam-se para Deus, tornam-se claras e brilhantes por dentro. Na época do Natal por poucos e breves dias esquecem-se das coisas mundanas e voltam-se para Sua Santidade o Cristo, trazendo um novo espírito ao mundo e por momentos fugazes fazendo dele um lugar muito bom para se viver."

William Sears, A Graça de Deus.

sábado, 21 de dezembro de 2013

O Primeiro da Classe (Front of the Class): exemplo de superação



O filme 'Primeiro da Classe' é um drama familiar sobre um homem com síndrome de Tourette que desafia a todos a se tornar um excelente professor.

Desde a infância, Brand foi humilhado na escola por alunos e também por sua professora por ter Síndrome de Tourette. Não teve também a aceitação do pai, que dizia, igual a sua professora, que ele podia controlar todos os movimentos involuntários causados pela Tourette. Uma amiga da família até sugeriu que ele fosse exorcizado. Os médicos nada sabiam sobre a sua doença, até que sua mãe resolveu pesquisar e descobriu que ele sofria de Síndrome de Tourette e passou a ajudá-lo. Já adulto, Brand tentou arrumar emprego em 25 escolas que o recusaram pelos tiques e barulhos que fazia.

Super recomendo!

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

A prática patrimonialista na administração pública


Por Ernaldina Sousa Silva Rodrigues

A prática patrimonialista é o tratamento da coisa pública como se fosse privada, particular, familiar. As instituições públicas acabam se tornando patrimônio de seu governante. Ela se apresenta por meio do clientelismo político, da troca de favores, compadrio, barganha, vassalagem, dentre outros. A farra do patrimonialismo é notada em muitos municípios pela contratação de pessoal sem concurso público, gerando empreguismo a pessoas, muitas vezes, sem qualificação para assumir determinados cargos.
 
Os traços de clientelismo, do mau uso do dinheiro público geram atraso, insucessos nas reformas administrativas, abuso e nos deixam reféns de falsos gestores da administração pública. Afetam diretamente a gestão das organizações públicas.
 
Acredita-se que já é possível perceber pequenas vitórias contra o patrimonialismo advindas da aplicação do modelo gerencial. O caput do artigo 37 da Constituição Federal, com redação dada pela Emenda Constitucional nº 19/98, resultou na inclusão do conceito de eficiência, como marco de mudança no discurso gerencial.
 
Outra vitória é o § 7º do artigo 39 que permite perceber desde a orientação pela racionalização de gastos via contenção de despesas correntes até a explícita proposição de programas de qualidade, passando pela indicação de ação gerencial orientada pela concessão de prêmios de produtividade.
 
Não sei se poderia chamar de derrota, mas o autor destaca a perda de oportunidade de incluir os conceitos de eficácia e de efetividade relacionados à noção de qualidade, com pontos de destaques no campo da Administração Pública a exemplo do princípio da eficiência.
 
Outro ponto em destaque é que a eficiência está firmemente alicerçada no pressuposto clássico (taylorista-fordista) de homem movido por recompensas de natureza material, notadamente financeiras. Na administração pública é possível perceber forças que restringem o avanço do gerencialismo: o formalismo e o jeitinho.
 
Enquanto o  formalismo se dá pela reação da organização à tensão de conviver com a introdução de objetos culturais e estranhos.  É a (re)interpretação das normas no âmbito da organização, como reação à percepção de conflito entre o real e o prescrito.
 
O jeitinho, por sua vez, é um jeito de resolver dificuldades e agilizar processos sem contrariar  normas, códigos e leis,  por meio da influência de terceiros, simpatia pessoal, agrado pessoal etc. É uma forma de negar a Norma.
 
O jeitinho e o formalismo são recursos de resistência cultural frente a incompatibilidade das tecnologias gerenciais à realidade organizacional do setor público. O acentuado formalismo facilita a prática do jeitinho e dificulta e/ou retarda o cumprimento das leis, gerando a desigualdade social e a descrença no serviço público.

Referência:
 
BERGUE, Sandro Trescastro. Cultura e mudança organizacional / Sandro Trescastro Bergue. – Florianópolis : Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília] : CAPES : UAB, 2010

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Exogenia

Por Ernaldina Sousa Silva Rodrigues

Segundo o dicionário Aurélio, exógeno é “originado no exterior do organismo, ou por fatores externos”. Para Caldas (1997 apud Bergue, 2010) é a “[...] nossa fixação com o que vem de fora, do outro.”: o distanciamento de “nós mesmos”.  No cotidiano do brasileiro comum, das empresas e também da Administração Pública a exogenia pode ser definida como a  influência estrangeira na produção intelectual (na formação profissional, inclusive de agentes públicos) e nos elementos culturais que moldam as práticas gerenciais vigentes, com acentuada ênfase no campo da gestão. Esta influência é interpretada de forma elástica, ou seja, para todo conhecimento que advém de “fora” das fronteiras organizacionais.

Nesse sentido, a exogenia se dá  por meio da importação da cultura estrangeira, da importação do conhecimento gerencial: inspiração teórica e temáticas orientadoras dos estudos envolvendo o fenômeno da produção do conhecimento e, em particular, a transferência de conceitos e tecnologia gerenciais, a acentuada inspiração e dependência das fontes estrangeiras (autores de referência), o diferimento das publicações que contemplam o conteúdo importado (atraso no tempo), e o reduzido grau de originalidade. Sendo assim, podemos então dizer que na realidade o que ocorre é uma aculturação? É o contato de uma cultura com a outra e a sobreposição de uma cultura sobre a outra?

Essa importação influenciou importantes transformações na Administração Pública e privada brasileira, especialmente a partir da década de 1930 com a instituição do Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP).

A exogenia gera a adoção ou a adaptação ao que vem de fora, provocando o distanciamento de nós mesmos e a submissão ao conteúdo estrangeiro. A submissão ao conteúdo estrangeiro gerou reflexos nos valores que tanto preponderam na formação em gestão contemporânea quanto legitimam os pressupostos fundamentais da Administração Pública gerencial. A adoção de tecnologia ou valores estrangeiros de forma acrítica muitas vezes também mostrou que não sabemos até que ponto importamos ou apenas fazemos de conta.

Referência: 

BERGUE, Sandro Trescastro. Cultura e mudança organizacional / Sandro Trescastro Bergue. – Florianópolis : Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília] : CAPES : UAB, 2010.

domingo, 8 de dezembro de 2013

“Estou preparado para morrer por meu ideal”: o legado de Madiba

Madiba
Madiba

O artigo abaixo é de autoria de Washington Araújo, jornalista, escritor e professor universitário. Araújo mantém o blog Cidadão do Mundo.

Noventa e cinco anos de uma vida bem vivida – assim foi Madiba, nome do clã a que Nelson Mandela pertencia e o nome carinhoso com que sua tribo o chamava.

Madiba transbordou de uma individualidade a mais no luminoso continente africano para se transformar em um dos mais vigorosos apelos para sermos melhores seres humanos, melhores cidadãos, melhores amantes da fraternidade universal e mais apaixonados por ideais como liberdade e justiça.

Madiba entrou na prisão aos 46 anos, em 1964 e foi libertado aos 73 anos, em 1991. Pronunciou contundente discurso de defesa ante o tribunal que o sentenciara. Naquele último dia de liberdade que somente terminaria 27 anos depois, Madiba disse, punho para o alto, mão cerrada: “Eu lutei contra a dominação branca, e lutei contra a dominação negra. Eu cultivei o ideal de uma sociedade democrática e livre, na qual todas as pessoas vivem juntas em harmonia e com oportunidades iguais. Este é um ideal que eu espero viver para alcançar. Mas, se for necessário, é um ideal pelo qual estou preparado para morrer.”

A vida do cidadão do mundo Mandela é singular em diversos aspectos, não é linear, mas cheia de altos e baixos e é muito melhor descrita por tudo o que ele, mesmo podendo ser, decidiu solenemente não ser.

Madiba não buscou fama, mas a fama lhe chegou por sua integridade de alma.

Madiba nunca foi ríspido, grosseiro, descortês, petulante ou arrogante. Ao contrário, mostrou sempre ser uma pessoa afável, amena, e em seu rosto as imagens revelam um sorriso franco, sincero, amigo.

Madiba nunca levantou o braço para bater em outro ser humano, mulher então, nem pensar; idoso, também jamais, e muito menos deu demonstrações de desapreço e menosprezo para com aquela torrente de jornalistas que lhe perseguira nos últimos 30 anos de vida.

Madiba foi digno tanto em seus longos 27 anos de prisão quanto em seus anos como presidente da África do Sul – o poder não o deslumbrou, mas ele soube trazer dignidade ao poder a ponto de ao concluir seu mandato como chefe de Estado continuou sendo aquele que melhor personificava a alma de sua nação.

Madiba não obteve seu reconhecimento como líder autêntico de um povo e nem alcançou essa  condição de rara unanimidade devido à cor de sua pele. Não, Madiba não foi beneficiado com ações afirmativas e, ao contrário, muito sofreu os rigores do odioso racismo, as dores de uma brutal discriminação racial.

Madiba não era aquele tipo de personalidade que, semelhante à mariposa, está sempre em busca dos holofotes midiáticos, sempre pronto para falar de seus feitos, de suas vitórias, de suas conquistas, sejam para si, sejam para seu povo.

Não, Madiba é um dos  maiores ícones do século XX, a par com personalidades como Mahatma Gandhi e o reverendo Martin Luther King Jr.

Madiba não era vingativo e não consta qualquer gesto seu de agressão, e mesmo investido da Suprema Magistratura da África do Sul, não se conhece fato em que haja se empenhado para processar, julgar, condenar, prender seus algozes brancos, algozes também da inteira população de sua pátria, algozes que criaram um dos mais tenebrosos regimes de escravidão jamais registrados na história humana – o famigerado Apartheid.

Aquele regime em que bancos de praças públicas negros não podiam se sentar, ônibus e táxis que podiam ser utilizados apenas por brancos e proibidos para negros, escolas para brancos e fechada aos negros, bebedouros para brancos e assim por diante. Não, Madiba não era vingativo. E nem tripudiava contra aqueles que em algum momento foram por ele considerados como desafetos.

A Madiba vários direitos humanos fundamentais foram negados: não recebeu julgamento justo, continuou discriminado nos muitos anos como presidiário por ser negro, e até mesmo breves gestos de humanidade também lhe foram subtraídos, como a autorização para assistir aos funerais de sua mãe (1968) e depois o de seu filho mais velho (1969).

Em 1993, Madiba e Frederik de Klerk dividiram o Prêmio Nobel da Paz, por seus esforços para trazer a paz ao país. E, desde aquele ano tomou a frente de uma série de articulações políticas que culminaram nas primeiras eleições democráticas e multirraciais do país em 27 de abril de 1994.

O CNA ganhou com 62% dos votos, enquanto o Partido Nacional teve 20%. Com o resultado, Madiba tornou-se o primeiro líder negro do país e também o mais velho, com 75 anos. E, dando vazão ao anseio reprimido por gerações de sul-africanos, sua gestão, iniciada em 10 de maio de 1994 foi marcada por políticas antiapartheid e reformas sociais.

Avesso a homenagens laudatórias, deve ter esboçado um sorriso encabulado ao saber em 2009 que a Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas anunciou que o dia de seu aniversário seria celebrado em todo o mundo como o Dia Internacional de Mandela, uma iniciativa para estimular todos os cidadãos a dedicar 67 minutos a causas sociais – um minuto por ano que ele dedicou a lutar pela igualdade racial e ao fim do apartheid.

Madiba não foi um dos heróis do Pedro Bial em suas patéticas e onipresentes aparições no famigerado Big Brother Brasil.

Madiba não foi capa de revista de Johannesburgo, saudado como salvador da pátria e tendo como fundo a foto de um menino negro pobre e desvalido, destinada a angariar piegas homenagens e baratas emoções.

Madiba, longe de se vangloriar com tamanho reconhecimento mundial – virou até estatua em tamanho natural na Praça do Parlamento, em Londres, coração do imperialismo que ele tanto combateu ao longo de sua existência –, aproveitou sua vida para dignificar a vida dos sofridos, oprimidos e condenados da Terra.

E por isso Madiba permanecerá eterno nas melhores recordações de um tempo em que a presente Ordem mundial demonstrou estar lamentavelmente defeituosa, cheia de rachaduras e incompreensões quanto à verdadeira natureza humana e espiritual da espécie humana.

E quando algum dia décadas vindouras um injustiçado gritar o nome “Madiba!” diversas vozes ecoarão em sua consciência “Presente! Presente! Presente!”

Fonte: <http://www.diariodocentrodomundo.com.br/estou-preparado-para-morrer-por-meu-ideal-o-legado-de-madiba/>


sábado, 7 de dezembro de 2013

Metáfora da vida

O Caderno 

Toquinho

Sou eu que vou seguir você
Do primeiro rabisco
Até o be-a-bá.
Em todos os desenhos
Coloridos vou estar
A casa, a montanha
Duas nuvens no céu
E um sol a sorrir no papel...
Sou eu que vou ser seu colega
Seus problemas ajudar a resolver
Te acompanhar nas provas
Bimestrais, você vai ver
Serei, de você, confidente fiel
Se seu pranto molhar meu papel...
Sou eu que vou ser seu amigo
Vou lhe dar abrigo
Se você quiser
Quando surgirem
Seus primeiros raios de mulher
A vida se abrirá
Num feroz carrossel
E você vai rasgar meu papel...
O que está escrito em mim
Comigo ficará guardado
Se lhe dá prazer
A vida segue sempre em frente
O que se há de fazer...
Só peço, à você
Um favor, se puder
Não me esqueça
Num canto qualquer

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

O professor como prático reflexivo: apontamentos de leitura


Por Ernaldina Sousa Silva Rodrigues

Kenneth M. Zeichener é considerado um dos pensadores mais expressivos na área de formação inicial de professores. Os seus textos têm como foco a realidade dos Estados Unidos, mas vão além da realidade americana. É natural da Filadélfia e tem um longo percurso e experiência no ensino e na formação de professores. Nessa trajetória, foi professor do ensino básico, dirigiu programas de preparação de professores e um centro de ensino urbano. É diretor do programa de formação de professores da Universidade de Wisconsin-Madison.

Como os professores aprendem a ensinar? Como ajudar os professores a aprenderem a ensinar? Essas indagações constituem o problema de investigação de Zeichner. Para dar conta dessas questões, o autor começa a refletir sua própria prática enquanto formador de professores juntamente com outros colegas.

Zeichner aponta a problematização da prática como primeiro passo para o processo de reflexão. Afirma as suas crenças nos professores que têm consciência de seus objetivos e discorre sobre os seus esforços em promover a causa da profissionalização dos professores.

O que é este movimento da prática reflexiva e qual a razão do seu aparecimento? Pergunta o autor. Os termos prático reflexivo e ensino reflexivo tornaram-se slogans da reforma do ensino e da formação de professores por todo o mundo na última década. As razões decorrem da Racionalidade Técnica que tem o professor como técnico, passivo e limitado. A produção do conhecimento sobre o ensino de qualidade é feita pelas universidades que ignoram os conhecimentos e a experiência dos professores.

O professor como prático reflexivo é aquele que reflete sua própria experiência e reconhece que o processo de aprender a ensinar se prolonga durante sua carreira. Os programas de formação de professores podem preparar os professores para começarem a ensinar e ajudá-los a interiorizarem, durante a formação inicial, o estudo da maneira de como ensinam para melhorarem com o tempo e assumirem a responsabilidade pelo seu próprio desenvolvimento profissional.

Baseado na concepção de John Dewey sobre o ato humano e nas atitudes necessárias para a ação reflexiva: a abertura de espírito, responsabilidade e sinceridade, e no conceito de Donald Schön de que reflexão é “um processo que ocorre antes e depois da ação e, em certa medida, durante a ação, Zeichner enfatiza a reflexão como um processo e prática social. Ensino reflexivo como o ato dos professores criticarem e desenvolverem suas teorias práticas à medida que refletem sozinhos e em conjunto na e sobre a ação acerca do seu ensino e das condições sociais que modelam as suas experiências de ensino.

Zeichner traça as características que minam a emancipação dos professores nos programas de formação criando a ilusão da reflexão e descreve as tradições históricas da prática reflexiva.

O autor dar ênfase à prática de ensino reflexivo baseada na atenção do professor para dentro, para sua própria prática, como para fora, para as condições sociais que permeiam essa prática. Nesse ponto, o pensamento de Zeichner se diferencia de Schön que enfatiza a reflexão do professor para dentro, tácita. O autor vai além dizendo que a prática reflexiva é democrática, emancipatória e tem um compromisso com a reflexão enquanto prática social. Esses princípios, segundo Zeichner, constituem o conceito de professor como prático reflexivo.

Zeichner alarga a reflexão sobre o ensino prático reflexivo e nos instiga a vivenciar essa prática. Situa a prática educativa dentro de um contexto que envolve pesquisa, reflexão pessoal, social, política, dentre outras. Ensinar exige consciência de nós mesmos, do outro e das circunstâncias que nos cercam.
Como praticar esse ensino reflexivo dentro de uma realidade permeada totalmente pela racionalidade técnica? Essa reflexão e construção prática e teórica do saber, do conhecimento do professor bate de frente com a cultura do aluno, da escola e de todo o sistema educacional. Mas, é como a história do beija-flor: cada um fazendo a sua parte para se juntar ao todo.

Referência:

ZEICHNER, K.M. O professor como prático reflexivo. In: __________ A formação reflexiva dos professores: idéias e práticas. Lisboa, Educa, 1993, p. 13-28.