terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Com saúde, a gente trabalha melhor

Gonzaguinha já dizia: "A gente quer é ter muita saúde".
 
domingo, 29 de janeiro de 2012
 
Farmacinha do banheiro: Dicas da Raquel Ribeiro
 
De: Raquel Ribeiro
Para: Deixa Sair
 
Moro na serra e sempre que alguém se corta, recorro à babosa, que nasce em todo canto. Todos ficam impressionados com a eficiência de seu sumo cicatrizante. 
 
Se me queimo, o xixi é o melhor remédio – e o resultado é imediato.
 
Sei, pois, que métodos naturais e tradicionais funcionam. Mesmo assim continuo me surpreendendo: outro dia inventei de picar dedo-de-moça para fazer molho e fiquei com preguiça de procurar as luvas. Depois de manusear duas dúzias de danadinhas, a pele começou a gritar. Mifu, pensei. Vi o pote de óleo de coco dr. Orgânico dando sopa e, por pura intuição e uma razoável dose de desespero, tasquei nas mãos. O ardor simplesmente de-sa-pa-re-ceu!
 
Tem mais: convivi anos com uma unha do dedão comprometedora. Os remédios tópicos não funcionaram (apesar do ritual quase diário de lixar, passar esmalte e o escambau) e estava adiando tomar um medicamento que comprovadamente ataca o fígado. Nos últimos quatro meses tomei todo dia óleo de copaíba – uma colherinha antes de dormir. Sim, a unha sarou.
 
Claro que preciso partilhar mais esses benefícios dos óleos. Afinal, temos a tendência de acreditar na pomadinha industrializada, nas pílulas, nos xaropes e em todos os remédios comprados na farmácia; e olhamos com desconfiança para os bálsamos oferecidos pela natureza.
 
Valeu, Raquel!
 
 
 

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Sem açúcar, com saúde

Uso mel orgânico, aquele produzido naturalmente, sem interferências de antibióticos ou pesticidas. O mel vem do néctar das flores de árvores do cerrado, sem nenhum aditivo. O ambiente é super natural. Eu gosto e aprovo.

 
Sem Açúcar, Com Afeto

O açúcar é uma coisa tão refinada que vai direto para o sangue e causa uma série de alterações físicas e mentais no consumidor.

O açúcar dá uma certa bobeira mental, cientificamente explicada pelo encontro da insulina com um aminoácido chamado triptofano que é rapidamente convertido no cérebro em serotonina, um tranqüilizante natural. 'Madame está nervosa? Dá água com açúcar pra ela que passa.' Ou não é?

Na Índia, alguns séculos antes de Cristo, os médicos usavam o açúcar como remédio. Foi só ali perto do ano 600 que os Persas bolaram a rapadura, daí começou o tráfico. Na Europa não tinha açúcar , era importado e custava muito caro e só os nobres podiam comprar: 'Nada de drogas para os pobres'.

Em 1532, Martin Afonso de Souza instalou, em São Vicente, o primeiro engenho de açúcar no Brasil, movido a escravos, é claro; 'só 20 milhões de africanos dançaram nessa empreitada'.

Em 1665, a Inglaterra já importava 8 milhões de quilos por ano. Nesse mesmo ano, a peste bubônica matou 30.000 pessoas em Londres, entre pessoas que tinham acesso ao açúcar, porque no campo, entre os pobres ninguém morreu.

Será que ninguém desconfiou da relação da nova doença e o espantoso consumo de açúcar?, já que o açúcar predispõe o corpo a infecções por causa da acidez exagerada que ele provoca. Desconfiaram, mas ficaram calados, pois seria um crime de lesa-majestade insinuar que a Coroa enriquecia às custas de um vício pernicioso. E aí ficou por isso mesmo e está assim até hoje.

É UMA VERGONHA QUE ATUALMENTE AS AUTORIDADES DE SAÚDE PERMITAM ISSO !!!

Por volta de 1600, as autoridade inglesas sabendo que o açúcar boa coisa não era, proibiram severamente o uso do açúcar que era usado para apressar a fermentação de cerveja, É CLARO, ELES A BEBIAM !!!

EM 1792, os melhores cientistas da Europa fundaram uma sociedade anti-sacarina.

Em 1912, o Dr. Robert Boesler, dentista norte americano escrevia que '... a moderna fabricação do açúcar nos trouxe doenças inteiramente novas'.

O açúcar comercial nada mais é do que um ácido cristalizado. No passado, com seu alto preço, só uma minoria nobre podia utilizá-lo, contudo, agora o seu altíssimo consumo está causando a degeneração nos seres humanos e até em animais. Por exemplo: beija-flores que utilizam bebedouros de água com açúcar estão se prejudicando.

Mas... e o açúcar mascavo orgânico, o mel, também fazem mal ???

Um exemplo bem simples para podermos entender: Um certo dia, andando pela mata, uma pessoa descobriu a cana-de-açúcar: 'Nossa, que delícia !!!' e levou para sua casa.

Bom... o mano conseguiu chupar 3 paus de cana em meia hora e ficou com a boca cansada. Ele devia ter ingerido aproximadamente 350 ml de um líquido contendo: água, sacarose, sais minerais, vitaminas, fibras, etc... Beleza, ele conseguiu digerir numa boa. Seu pâncreas nem reclamou.

E agora, todo mundo 'chupa cana'? Passado algum tempo, eis que: 'Pô mano, chupar cana num é mole não... num dá pra espremer o bagaço'?

E ...inventaram a garapa. QUE MARAVILHA!!! Opa! 'péra' aí... mas já era tarde, o mano começou a tomar garapa que nem água - 500 ml a 1 litro em 10 minutos! Aí o Sr. Pâncreas começou a reclamar, porque estava fazendo horas extras todos os dias para injetar insulina no mano! Um certo dia, alguém resolveu ferver a garapa, e saiu o melado de cana, muito mais concentrado: 10 litros de garapa virou um copo de melado. 'Que delicia! Vamos fazer um bolo?... Que nada, vai puro mesmo'! E aí o mano virou o copo pra dentro.

Imaginando a proporção: 10 litros de garapa dentro de um copo ingeridos em 10 minutos. É, gente...o pâncreas que se cuide!

Para agravar a situação, os persas bolaram a rapadura, ainda mais concentrada que o melado, e logo após, as benditas refinações. Aí 'ferrou o jegue'!

Surge então uma doença nova e mortal: a DIABETES MELLITUS que fazia as pessoas eliminarem açúcar pela urina, ou seja, vazarem pelo ladrão.

Inicia-se a era das novas doenças 'a degeneração da raça humana' causada pelo mau uso do açúcar, que causa um STRESS absurdo no organismo e o pâncreas pára de produzir insulina.

Não bastando ainda, causa defeitos genéticos. Por exemplo: hoje, a cada 5 crianças que nascem, uma será diabética. Quando você decidir ter um filho, junte mais 4 casais e joguem palitinho para sortear qual terá o filho diabético.

Hoje existem 6,5 milhões de diabéticos no Brasil.

Morrem 300.000 por ano nos EUA.

Portanto não importa se é açúcar orgânico, mascavo ou mel. O problema é a super-concentração de açúcar, que quando ingerida, vai depressa demais para a corrente sangüínea, queimando todas as etapas da digestão, fazendo subir o nível da glicose no sangue; aí o pâncreas é obrigado a produzir uma quantidade extra de insulina. A insulina vai lá e abaixa o nível; aí dá vontade de comer mais açúcar. Sobe o nível e o pâncreas solta mais insulina, abaixa o nível... E assim por diante, até chegar uma hora que o pâncreas não entende mais nada. Você come um bombom seu pâncreas solta insulina para a caixa inteira; é a HIPOGLICEMIA. Entre jovens e adultos, três a cada cinco tem a doença - estágio pré-diabético.

SERÁ VOCÊ O PRÓXIMO???

Como se não bastasse tanto malefício, a acidez causada pela ingestão concentrada de açúcar predispõe o corpo a infecções (como a conjuntivite) e também a vírus e bactérias.

Se você acha isso que leu agora uma questão de opinião, então continue como está!...Ou então pare enquanto ainda é tempo, por amor a Si PRÓPRIO, à Deus e à Natureza!

MAS NÃO PARE POR AQUI!!

Informe-se, discuta, reflita, passe para frente, descubra soluções, alternativas, pesquise! Afinal, fomos 'viciados' há centenas de anos, por pessoas inocentes que só queriam dar um gostinho mais doce para aquela vida tão amarga e preconceituosa dos nossos antepassados, que no final, por ganância e falta de escrúpulos de uma minoria, nos foi omitida a verdade sobre tão doce e perigosa droga.

Sônia Hirsch
 

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Porcentagem de vagas ocupadas por mais pobres no ensino superior cresce

Segundo pesquisa do IBGE, distorção idade-série também apresentou tímida redução

A porcentagem de pessoas pobres na universidade pública quadruplicou nos últimos 10 anos. Os 20% mais pobres da população representavam 1,7% do total de alunos em 2004 e passou a 7,2% em 2013. Ao mesmo tempo, os 20% mais ricos tiveram sua participação na universidade pública reduzida: de 55% para 38,8%.

Segundo a Síntese de Indicadores Sociais, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o mesmo fenômeno foi observado nas universidades privadas, já que a participação dos mais ricos caiu de 68,9% para 43%, e a dos mais pobres cresceu de 1,3% para 3,7%.

A pesquisa também constatou que, neste período, houve redução da distorção idade-série dos jovens de 15 anos a 17 anos. Em 2004 apenas 44,2% dos alunos dessa faixa etária estavam no ensino médio, número que subiu para 55,2%. Já os alunos de 13 a 16 anos que estavam fora da série adequada eram 47,1% em 2004 e diminuiu para 41,4% em 2013.

 

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Gestão: Qual é o limite entre a indisciplina escolar e os atos criminosos?

Educadores e advogados discutem a eficácia de ações pedagógicas na resolução de conflitos escolares

 Christina Stephano de Queiroz

Durante o recreio, dois alunos brigam e um deles acaba com os dentes quebrados. A situação envolve não somente prejuízos financeiros - pois o jovem agredido terá de fazer tratamento odontológico - mas também problemas entre a turma e com as famílias dos envolvidos. Apesar de hipotética, a situação ilustra um dilema enfrentado por escolas públicas e privadas: nesse tipo de ato violento, que não pode ser caracterizado como crime grave, mas tampouco ser tratado como um caso simples de indisciplina, como os gestores devem atuar? Ou seja, para resolver conflitos como esse, quando valer-se somente de atitudes pedagógicas e quando partir para o caminho judicial? Longe de ser uma resposta fácil de formular, o assunto divide as opiniões, inclusive, dos advogados e pedagogos consultados nesta reportagem. Apesar de considerarem que, em geral, o ideal é solucionar o problema dentro do âmbito escolar, chamando as famílias dos envolvidos para participar do processo, a ação pedagógica pode esbarrar em limites.

Miriam Abramovay, coordenadora da Área de Juventude e Políticas Públicas da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO), pesquisa sobre violência escolar há quase 15 anos, com foco nas instituições públicas. Baseada em suas últimas investigações, tem identificado crescentes tentativas de judicialização de temas relativos ao cotidiano da educação, mesmo em casos que poderiam ser solucionados pela própria escola. "É evidente que a instituição não dá conta de resolver sozinha os casos mais graves, devendo apelar a outras instâncias. Porém, em brigas em que ninguém estava armado, o melhor é não envolver atores externos", opina. De acordo com ela, ao apelar à polícia para controlar qualquer briga, a instituição tende a aumentar a sensação de insegurança. "Fica a impressão de que ela é incapaz de solucionar seus próprios problemas", diz. 

Mediação ou justiça?
Outro fenômeno recente observado por Miriam se relaciona à publicação de agressões na internet, o que, na Inglaterra, já é caracterizado como crime. Nesse sentido, a pesquisadora lembra que, recentemente, uma estudante foi agredida na porta de sua escola, em Santa Catarina, e teve os dentes quebrados. Os agressores publicaram as fotos na internet, humilhando publicamente a vítima. "Apesar de a briga ter ocorrido do lado de fora, a instituição poderia ter feito alguma intervenção para amenizar as consequências do ocorrido. Não foi o que aconteceu", lamenta.

Também pesquisadora do assunto, Flávia Schilling, professora associada da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo e membro do Conselho Municipal de Educação em Direitos Humanos, demonstra visão parcialmente distinta de Miriam. Para ela, quando há agressões físicas violentas, a lei deve ser acionada. "A ação pedagógica é limitada: por isso existe a lei. O agressor deve responder, pois extrapolou os limites do que é tolerado", defende. No entanto, quando se trata de uma briga sem grandes consequências, ela aconselha os gestores a se basearam somente no diálogo e na mediação para resolver o conflito.

Ainda conforme a docente, para evitar essas situações, as escolas devem contar com um coletivo de adultos que atue preventivamente, discutindo regras comuns e propondo acordos. "A inexistência desse grupo pode criar um clima de cada um por si e a sensação de que o tempo que se passa na escola é perdido", comenta Flávia. Em geral, afirma ela, instituições que não viabilizam esse espaço de discussão coletiva possuem problemas na situação organizacional e funcional do corpo docente, que costuma ser instável e temporário, sem vínculos com o bairro, com as famílias e com os estudantes.

Quando o ato é crime

Para Marlova J. Noleto, diretora da área programática da Unesco no Brasil, atitudes que representam uma ameaça à vida de terceiros devem ser tratadas como crime, entre elas agressões físicas ou o porte de armas. No entanto, ela considera que muitos desses atos extremos podem ser evitados quando há um trabalho de diálogo feito pela equipe da escola. "Os educadores devem estar atentos e intervir antes que as situações de violência saiam do controle e se transformem em crimes", aconselha. 

E é justamente essa falta de amparo institucional citada pelas entrevistadas que pode levar as vitimas de conflitos escolares a buscarem ajuda externa para verem seus danos reparados. Nesse sentido, Juan Biazevic, juiz de direito, relata dois casos nos quais observou essa relação - apesar de eles envolverem estudantes maiores de idade.

No primeiro deles, um aluno atirou uma casca de banana na professora. Afastada por problemas de saúde, ela resolveu mover uma ação civil para pedir indenização ao estudante, cuja família é de baixa renda e não teria, portanto, recursos para arcar com a decisão da Justiça, caso ela favorecesse a docente. Ao avaliar o caso, Biazevic concluiu que, ao mover a ação, a professora não buscava dinheiro e sim o reconhecimento de que o ato do aluno foi errado. Como não encontrou respaldo na instituição para tratar o problema de forma pedagógica, partiu para a ação judicial. "Acredito que, se a professora tivesse recebido apoio da diretoria, o problema teria sido resolvido dentro do contexto escolar", opina.

Na segunda situação vivenciada pelo juiz, um aluno agrediu verbalmente a professora, quando ela o proibiu de falar ao celular. A docente também partiu para uma ação judicial e, durante o processo, foi descoberto que o jovem era trabalhador, porém apresentava problemas cognitivos e havia sido abandonado pela mãe, que era fisicamente parecida com a professora que ele agrediu. "É um caso com muitas especificidades, mas é difícil traduzir esse tipo de situação para um processo judicial. Eu não queria condená-lo criminalmente por desacato, mas o caso acabou prescrito e se resolveu por si mesmo", conta. Na sua visão, se a docente tivesse encontrado respaldo entre a diretoria escolar, tampouco teria partido para a via judicial.

Quem se responsabiliza?
Em relação aos prejuízos financeiros ou psicológicos causados por conflitos escolares, Biazevic opina que os pais são sempre responsáveis pelos atos de violência dos menores e devem ressarcir as vítimas. Essa opinião diverge das ideias de Fernanda Misevicius, especialista em direito educacional, ao opinar que a escola privada ou o poder público - nos casos de escola pública - respondem pelas lesões que o aluno sofre. Dessa maneira, os prejuízos materiais ocasionados à vítima devem ser custeados pela instituição de ensino, sendo que ela pode, depois, cobrar do aluno ou de sua família o valor custeado. Fernanda ressalta, no entanto, que a repressão de condutas impróprias deve ocorrer de forma proporcional, com a análise de cada caso. "Não há como prever, de antemão, uma regra geral", assegura.

Em consonância com Fernanda, Ricardo Mello, psicólogo que atuou por 11 anos no instituto Sou da Paz com projetos de prevenção à violência, afirma que os conflitos fazem parte da convivência escolar - seja em instituições públicas ou privadas - e que devem ser vistos como oportunidades para trabalhar a formação moral dos alunos. "O conflito não pode virar um tabu, já que a escola deve educar a partir dele", resume. Hoje consultor da organização para o assunto, ele explica que, para resolver conflitos, o ideal é trabalhar por meio de um processo de responsabilização, que ajuda o jovem a compreender o dano causado com o ato violento.

Além disso, Mello opina que as situações de conflito geralmente apresentam elementos prévios e o gestor precisa saber identificá-los. Foi o que aconteceu em uma classe do 7º ano na Escola Lourenço Castanho, de São Paulo, quando dois alunos sem histórico de violência brigaram durante a aula, surpreendendo o professor. Karyn Bulbarelli, psicóloga e diretora educacional, conta que os estudantes foram chamados para conversas, descobrindo-se que um deles estava, há dias, ofendendo o outro, sem que este reagisse. O conflito foi resolvido no âmbito escolar, por meio do diálogo, sem a necessidade de envolver as famílias, já que nenhum dos estudantes saiu machucado.

Similar ao colégio particular, Luiz André da Silva Malato, diretor da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Dr. Celso Malcher, em Belém do Pará, também prioriza a resolução dos conflitos internamente, mas desde que eles não envolvam o uso de armas. "Um estudante que apelida outro com nomes depreciativos é diferente de quando há ameaças com faca ou uso de drogas", avalia. 

reduzindo a violência
No entanto, diz ele, cada situação precisa ser avaliada com suas especificidades e, nesse sentido, lembra que, recentemente, um aluno de 16 anos foi pego usando drogas nas dependências da escola. Como esse estudante não apresentava histórico de indisciplina ou problemas de violência, a direção resolveu adotar uma postura de diálogo, para entender os motivos que levaram o jovem à atitude, em vez de partir para uma punição.

O diretor lembra que, do ponto de vista jurídico, não se diferenciam agressões leves ou graves, ou seja, todas são caracterizadas como agressões. Por isso, antes de recorrer a ações judiciais, a escola - que possui 1,5 mil alunos - avalia o contexto em que a briga ocorreu.

Localizada em um bairro da Grande Belém conhecido pelos conflitos recorrentes, a escola foi o alvo de iniciativas para eliminar a violência a partir do programa estadual ProPaz, criado em parceria com a Universidade Federal Rural da Amazônia. Com a redução dos conflitos, conseguiu atingir nota no Ideb de 5,5 para os anos iniciais (1º a 4º) e 4,8 para os finais (5º ao 8º). 

A Secretaria de Educação do Estado do Pará fornece, ainda, relatórios periódicos sobre os casos de violência para que, com base nesses documentos, os gestores desenvolvam ações de prevenção. E, quando há conflitos na instituição, Malato conta que a diretoria também se vale do trabalho da Justiça restaurativa. "O Ministério Público Estadual oferece ferramentas para as escolas criarem círculos de paz e promoverem a reconciliação entre as partes que brigaram", comenta.

Poder público em ação
Apesar de grande parte dos estados brasileiros não contarem com fóruns ou centros de conciliação dedicados exclusivamente à resolução de conflitos escolares, muitos dispõem de ferramentas para auxiliar os gestores nessa empreitada, da mesma forma que ocorre no Pará. Assim, em Alagoas, há o Programa Cidadania e Justiça na Escola (PCJE), por meio do qual juízes e promotores de Justiça oferecem palestras a crianças e adolescentes sobre o assunto, fazendo com que o tema seja incluído na grade curricular das redes pública e privada. No Rio de Janeiro, o Tribunal de Justiça mantém um convênio com a Secretaria de Educação para capacitar diretores e professores das escolas na mediação de conflitos. Já em São Paulo, Egberto Penildo, juiz da vara da infância e juventude, conta que o poder judiciário tem feito parcerias com escolas, no sentido de ajudá-las a resolver conflitos por meio da Justiça restaurativa. "Esse caminho propõe que o crime e a violência não devem ser tratados somente por meio de ações punitivas, mas também com outras baseadas no diálogo e que viabilizem ao agressor entender as consequências do seu ato", esclarece o juiz. De acordo com ele, se em uma escola parceira do programa é feito um boletim de ocorrência por conta de conflitos, é possível entrar com o processo de Justiça restaurativa e retirar a denúncia formal. E o trabalho de reconciliação entre as partes desentendidas pode envolver representantes da escola, do poder judiciário, do conselho tutelar e ONGs. "Para romper com a dinâmica da violência, desenvolvemos um processo de corresponsabilização, de forma que todas as partes envolvidas se conscientizem de sua responsabilidade em relação ao conflito", conclui.
*Reportagem publicada originalmente na edição 212 de Educação, com o título "Nas fronteiras da violência"

Texto extraído de Revista Educação: <http://revistaeducacao.uol.com.br/textos/212/qual-e-o-limite-entre-a-indisciplina-escolar-e-atos-335280-1.asp>