terça-feira, 10 de junho de 2014

Não desistirmos de nós mesmos

A alegria vem de não desistirmos de nós mesmos, de atentamente permanecermos conosco e começarmos a experimentar nosso grande espírito guerreiro.

A chave é estar aqui, totalmente ligados no momento, prestando atenção aos detalhes da vida normal. Ao cuidarmos de coisas normais – nossos potes e panelas, nossas roupas, nossos dentes – nós nos rejubilamos com elas. Quando lavamos um legume, ou penteamos o cabelo, estamos expressando apreciação: amizade para conosco e para com a qualidade viva que se encontra em tudo. Esta combinação de consciência plena e reconhecimento nos conecta totalmente com a realidade e nos traz alegria. Ao estendermos atenção e reconhecimento para nosso ambiente e para as outras pessoas, nossa experiência de júbilo fica ainda maior.

Na tradição zen, os alunos são ensinados a fazer reverência para outras pessoas, bem como para objetos comuns, como uma maneira de expressar seu respeito. São ensinados a zelar igualmente por vassouras, vasos sanitários e plantas, para demonstrar sua gratidão para com elas.

Rejubilar-se com coisas comuns não é sentimental ou trivial. Na realidade, exige coragem. Cada vez que abandonamos nossas queixas e permitimos que a boa sorte do dia-a-dia nos inspire, entramos no mundo do guerreiro. Podemos fazê-lo mesmo nos momentos mais difíceis. Tudo o que vemos, ouvimos, provamos e cheiramos tem o poder de nos fazer mais fortes e de nos animar.

Fonte: Monja Pema Chödrön. Trechos do capítulo 10 do livro “Os lugares que nos assustam” 2014 - Editora Sextante.

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