terça-feira, 22 de novembro de 2016

O que vem a ser defensor dativo e defensor constituído?


Ninguém pode ser julgado sem um advogado, conforme assegura o Código de Processo Penal (CPP), e a Constituição Federal brasileira garante que o Estado dará assistência jurídica gratuita para as pessoas pobres, o que deve ocorrer por meio da Defensoria Pública. Dentre outras atribuições, a Defensoria Pública presta orientação jurídica e exerce a defesa dos necessitados, em todos os graus de jurisdição. No entanto, nem sempre a Defensoria Pública dispõe de quadros suficientes para atender a demanda por assistência jurídica gratuita, sendo necessária a nomeação do defensor dativo.
Segundo o CPP, se o acusado não for pobre, será obrigado a pagar os honorários do defensor dativo, arbitrados pelo juiz. O advogado dativo, portanto, não pertence à Defensoria Pública, mas exerce o papel de defensor público, ajudando, por indicação da Justiça, o cidadão comum. O pagamento de honorários não implica vínculo empregatício com o Estado e não assegura ao advogado nomeado direitos atribuídos ao servidor público.
Se no Estado não houver serviço de assistência judiciária, por ele mantido, caberá a indicação à Ordem dos Advogados, por suas seções estaduais ou subseções. A lei determina ainda que nos municípios em que não existirem subseções da OAB, o próprio juiz fará a nomeação do advogado que patrocinará a causa do necessitado. Já o defensor constituído ou nomeado é aquele advogado escolhido e contratado pelo próprio réu do processo, sem a necessidade, portanto, de nomeação pelo juiz.

Agência CNJ de Notícias

Fonte: <http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/78885-noticia-servico>

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Estado e servidor público


No setor público, a relação que se estabelece entre Estado e servidor é a de representação, não sendo o servidor outra coisa senão agente do poder público

Os cargos ou funções pertencem ao Estado. Por sua vez, o servidor é agente do Estado e representante do poder público.

Os cargos são lugares criados por lei na estrutura da Administração Pública para serem providos por agentes, que exercerão suas funções na forma da lei. É o cargo que integra o órgão, enquanto que o agente, como pessoa física, o ocupa na condição de titular.

A função é o encargo legalmente atribuído aos órgãos, cargos e seus agentes.

O Estado não pode demitir servidor estável. O servidor tem estabilidade e irredutibilidade de vencimentos.

Referência

COELHO, Ricardo Corrêa. O público e o privado na gestão pública / Ricardo Corrêa Coelho. – Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília] : CAPES : UAB, 2009.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Os desafios colocados à administração pública com a emergência do terceiro setor.

Por Ernaldina Sousa Silva Rodrigues

As mudanças operadas nas relações entre público e privado e os desafios colocados à administração pública com a emergência do terceiro setor

A grande vantagem imaginada pelo Estado, quando as Organizações Sociais (OSs) e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs) foram criadas, era a maior flexibilidade e agilidade com que essas organizações de Direito Privado poderiam prestar serviços público. Todas essas iniciativas do Estado, sempre devidamente respaldas na lei em busca de cooperação e parceria com o setor privado, são fortes indicativos de que a ação estatal direta não tem se mostrado suficiente para satisfazer às necessidades públicas. Na sociedade brasileira em que o capitalismo se encontra bastante desenvolvido, as atividades econômicas diversificadas em vários segmentos e a democracia consolidada, as relações entre a esfera pública e esfera privada tendem a se tornar, paradoxalmente, mais tensas e mais próximas. 

Numa economia capitalista o desafio colocado aos gestores públicos é o de criar e recriar constantemente os mecanismos adequados para assegurar um equilíbrio mínimo entra as forças e princípios opostos existentes na sociedade, de forma a maximizar o bem-estar coletivo e resguardar e promover a liberdade e autonomia dos cidadãos, conforme os cinco princípios que regem a Administração Pública inscritos na Constituição da República. 


Referência:

COELHO, Ricardo Corrêa. O público e o privado na gestão pública / Ricardo Corrêa Coelho. – Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília] : CAPES : UAB, 2009.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Princípios orientadores da Administração Pública

Os princípios que regem a Administração Pública brasileira, em todas as suas esferas, encontram-se consagrados pelo Direito Público em quase todo o mundo. São eles a:

Ø  Legalidade, o objetivo desse princípio é evitar o arbítrio dos governantes. De acordo com esse princípio toda ação estatal deverá, necessariamente, estar respaldada em lei, e esta, por sua vez, tem de estar ancorada no texto constitucional.
Ø  Impessoalidade, é decorrente direto da legalidade com que os atos administrativos devem estar revestidos, porque o servidor público, enquanto tal e em qualquer nível hierárquico, não age em nome próprio, mas em nome do poder público a partir do cargo que ocupa na Administração, seja esse cargo eletivo, comissionado ou efetivo.
Ø  Moralidade, é atributo direto do agente público. Para que a Administração Pública aja de acordo com esse princípio, é essencial que os servidores, seus agentes, apresentem no seu comportamento as virtudes morais socialmente consideradas necessárias pela sociedade.
Ø  Publicidade, aponta essencialmente para a clareza e visibilidade social que devem envolver os atos da Administração. A exigência de publicação dos editais de licitação em veículos da imprensa local de grande circulação tem PR finalidade garantir a publicidade, da mesma forma que todos os atos do poder público só entram em vigor a partir da sua publicação no Diário Oficial,isto é, a partir do momento em que se tornam acessíveis ao conhecimento público.

Em 1998, por meio da Emenda Constitucional n. 19, iria ser acrescentado à Constituição brasileira mais um princípio:


Ø  Eficiência, aponta para a racionalidade econômica do funcionamento da Administração Pública. É do interesse público que os tributos pagos pelos cidadãos, e utilizados para custear as funções administrativas, não apenas sejam utilizados de forma legal, impessoal, moral e pública, como também de forma eficiente, isto é, apresentando a melhor relação custo-benefício.

Referência

COELHO, Ricardo Corrêa. O público e o privado na gestão pública / Ricardo Corrêa Coelho. – Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília] : CAPES : UAB, 2009.

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Gregório Duvivier explica PEC 241 em três minutos

"Querem que você pague a conta da crise", alerta o escritor e humorista do Porta dos Fundos; segundo ele, "Michel Temer, o homem do golpe, e Henrique Meirelles, o homem dos bancos, querem reduzir aquilo que já é absolutamente insuficiente".

Proposta de Emenda Constitucional 241-2016


1 – O que é a Proposta de Emenda Constitucional n° 241-2016? 

Altera o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, para instituir o Novo Regime Fiscal. Ela foi entregue ao parlamento em 15 de junho. 

2 – O que significa? 

A PEC 241-2016 estabelece um novo teto para o gasto púbico, que terá como limite a despesa do ano anterior corrigida pela inflação. A regra de congelamento do gasto público em termos reais valerá por 20 anos, período durante o qual o dinheiro economizado será canalizado para pagamento dos juros e do principal da dívida. 

3 – A PEC 241-2016 tem algo a ver com os servidores públicos? 

A prioridade da PEC, que será complementada pela reforma da previdência, será seguida de outras medidas de ajuste, que serão adotadas em nível infraconstitucional. Entre as quais, já se tem conhecimento das seguintes: 1) a dispensa de servidor por insuficiência de desempenho, 2) a mudanças nos critérios de progressão e promoção de servidores, 3) restrições na concessão pensões, nas aposentadorias por invalidez e no auxílio-doença, e 4) novo arrocho na concessão do abono do PIS/Pasep e do seguro-desemprego. O principal alvo da PEC 241-2016 do novo regime fiscal, como já se pode notar, são os servidores públicos. Entre as travas incluídas na PEC, pelo menos quatro delas se refere ao gasto com pessoal, mediante a proibição de qualquer medida que amplie a despesa, como: 1) de reajuste salarial; 2) de criação de novos cargos ou funções; 3) de reestruturação de carreira; e 4) realização de concursos públicos. 

4 - A PEC 241-2016 trata sobre o Gasto Público? 

A PEC 241-2016 do teto do gasto público também desvincula, de percentual da receita de impostos, as despesas com educação e saúde, que não poderão superar o gasto do ano anterior após corrigido pela inflação. Este, seguramente, é o maior retrocesso dos últimos tempos, porque interrompe a trajetória de acesso da população mais pobre aos serviços públicos de educação e saúde. 

5 – A PEC 241-2016 trata da Saúde e Previdência Social? 

Na área da saúde – sem prejuízo do corte nas áreas da previdência e da assistência que será objeto de outra PEC especifica – a PEC do teto de gasto revogará o art. 2º da Emenda Constitucional 86/15, em vigor, que determina o repasse da União em gastos mínimos com saúde em 13,3% da Receita Corrente Líquida para 2016; 13,7% para 2017; 14,1% para 2018; 14,5% para 2019; e 15% a partir de 2010.

Fonte; http://adurn.org.br/secretaria/arquivos/abad60c70ce6272ffd9f041fbc849bb0.pdf

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Denúncia anônima pode ensejar abertura de processo administrativo?



O Processo Administrativo é destinado a apurar a responsabilidade de servidor por infração praticada no exercício de suas funções ou relacionada com as atribuições do seu cargo. Dessa forma, para que seja possível a abertura do procedimento, é necessário que a Administração possua conhecimento de irregularidade envolvendo o servidor.
Existem diversas formas pelas quais a Administração pode tomar ciência dessas situações, podendo ser por meio de denúncia, representação funcional, notícias veiculadas na mídia, representações oficiais por outros órgãos públicos, entre outros.
A denúncia, um dos principais meios de comunicação, deve observar alguns requisitos para que seja aceita. Conforme disciplinado no artigo 144, da Lei n° 8.112/90, é necessário que a denúncia sobre irregularidades contenha a identificação e o endereço do denunciante, devendo ser formulada por escrito e ter sua autenticidade confirmada. Caso os fatos relatados na denúncia não configurem evidente irregularidade, o parágrafo único do referido artigo prevê a possibilidade do seu arquivamento sumário.
Entretanto, diante dos requisitos estabelecidos pela legislação para que a denúncia seja aceita pela Administração, confrontados com o poder-dever da administração de apurar irregularidades, há controvérsia em torno da possibilidade de a denúncia anônima ser apta a ensejar a abertura de processo administrativo.
O artigo 144, da Lei n° 8.112/90, está em consonância com o inciso IV do artigo 5° da Constituição Federal, o qual veda o anonimato, vedação que, segundo o Min. Celso de Mello, tem a finalidade de “permitir que o autor do escrito ou da publicação possa expor-se às consequências jurídicas derivadas de seu comportamento abusivo” (Inquérito 1975/PR).
Por outro lado, constitui poder-dever da autoridade administrativa o de apurar eventuais irregularidades que cheguem ao seu conhecimento, e que noticiem suposta irregularidade envolvendo agente público, conforme dispõe o artigo 143, da Lei n° 8.112/90.
O Supremo Tribunal Federal tem adotado o entendimento de que é possível a abertura de processo administrativo decorrente de denúncia anônima, entretanto com a realização de uma apuração prévia dessa. Insta destacar parte do voto da Ministra Relatora Cármen Lúcia no RMS 29.198/DF, julgado em 30/10/2012(DJe-233, divulgado em 27/11/2012, publicado em 28/11/2012): “Não pode a Administração, como é óbvio, instaurar o processo administrativo disciplinar contra servidor com base única e exclusiva nas imputações feitas em denúncias anônimas, sendo exigível, no entanto, conforme enfatizado, a realização de um procedimento preliminar que apure os fatos narrados e a eventual procedência da denúncia”.
Nesse sentido, também no Superior Tribunal de Justiça há entendimento favorável a abertura de processo administrativo baseado em denúncia anônima, desde que com apuração prévia dessa, conforme os precedentes: MS 10419/DF, Min. Rel. Alderita Ramos de Oliveira, Terceira Seção, julgamento 12/06/2013, DJe 19/06/2013; MS 7415/DF, Rel. Min. Og Fernandes, Terceira Seção, julgamento 11/09/2013, DJe 25/09/2013; REsp 867666/DF, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, Quinta Turma, Julgamento 27/04/2009, DJe 25/05/2009.
Somando-se a isso, no caso de dúvida sobre a veracidade das informações sobre as quais teve ciência, deverá a Administração optar pela apuração. Esse é o entendimento de Couto (2014, p. 130), o qual leciona que “[…] se a autoridade tiver dúvida entre arquivar e promover a apuração, deve optar por promover a apuração, pois, nessa fase, a dúvida resolve-se em favor da sociedade e não em favor do acusado”.
Ainda, conforme assinala o Manual da CGU (BRASIL – CGU, 2016, p. 42) “[…] não é condição indispensável para iniciar a averiguação a devida qualificação do denunciante, porquanto o que realmente importa é o conteúdo da denúncia (relevância e plausibilidade), que deve conter elementos capazes de justificar o início das investigações por parte da Administração Pública”.
Assim, segundo as correntes doutrinárias e jurisprudenciais atuais, os requisitos insculpidos no artigo 144, da Lei 8.112/90, não precisam ser taxativamente observados, por força do artigo 143, que prevê a imediata apuração dos fatos quando presentes indícios relevantes.
É que, ao aparente conflito existente entre a vedação ao anonimato e o poder-dever do Estado de apurar irregularidades, tem sido conferida pelas cortes superiores interpretação no sentido de que é possível à autoridade administrativa, apurar a denúncia anônima, através de um procedimento investigatório preliminar (inclusive na forma de sindicância), e, posteriormente, instaurar o processo administrativo disciplinar.
Contudo, como bem ponderado pela Min. Cármen Lúcia, relatora do RMS 29.198, deve a autoridade administrativa, agir com cautela no exame da admissibilidade da denúncia, evitando que sejam objeto de apuração aquelas com intuito meramente difamatório, injurioso e vexatório, desacompanhadas de elementos mínimos que evidenciem conduta inapropriada ou ilegal, e buscar outros elementos que corroborem a denúncia, confirmando a autoria e a materialidade das infrações, para, só então, instaurar o processo administrativo disciplinar.
 Por Aracéli Rodrigues e Daniela Mattos, escritório Cassel Ruzzarin Santos Rodrigues Advogados. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
COUTO, Reinaldo. Curso Prático de Processo Administrativo Disciplinar e Sindicância. 2. Ed. São Paulo: Atlas, 2014.
BRASIL – CGU. Manual de Processo Administrativo Disciplinar. Brasília, 2016. Disponível em: <http://www.cgu.gov.br/Publicacoes/atividade-disciplinar/arquivos/manual-pad.pdf>. Acesso em: 22 jul. 2016.
Fonte: <http://www.blogservidorlegal.com.br/denuncia-anonima-pode-ensejar-abertura-de-processo-administrativo/>

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quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Distinção entre o Direito Público e o Direito Privado



O Estado e suas instituições são as únicas instâncias que representam o todo em uma determinada sociedade, sendo todas as demais organizações representantes de partes. A sociedade civil encontra-se subordina ao Estado. Isso não quer dizer que o Estado possa, a todo momento e sob qualquer pretexto, intervir na sociedade civil, pois sua primazia significa assimetria respaldada pelo Direito, e não arbitrariedade. A primazia do público sobre o privado revela-se na precedência que o público tem sobre o privado.

É o Estado, no exercício de sua função legislativa, que irá determinar a esfera de atuação do poder público. Somente depois, por exclusão e residualmente, que será determinada a esfera privada.

Uma vez que a lei tenha delimitado o espaço público e, por exclusão, definido também a extensão da esfera privada, os particulares que nesta se encontrarem – sejam eles simples indivíduos, associações civis ou empresas – poderão fazer tudo aquilo que a lei não proibir e deixar de fazer aquilo que a lei não os obrigar.

O Direito Privado é regulamentado pela liberdade negativa delimitada por dois “não”; ou seja, pode-se fazer o que a lei “não” proibir; e pode-se deixar de fazer o que a lei “não” obrigar. Esta regra orienta todo o direito privado, isto é, aquele que regula as relações entre os entes privados na sociedade, como os direitos Civil, Comercial, Penal etc.

O Direito Público regulamenta o funcionamento interno do Estado e suas relações externas com os agentes privados – como os Direitos Constitucional e Administrativo.

Referência:

COELHO, Ricardo Corrêa. O público e o privado na gestão pública / Ricardo Corrêa Coelho. -  Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília]: CAPES: UAB, 2009.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

O Público e o Privado na Gestão Pública: organizações públicas e privadas


 Características das organizações públicas e privadas


Características
Organizações públicas
Organizações privadas
·         São instituídas pelo Estado para desempenharem funções de interesse público;
·         São mais frequentemente chamadas de instituições;
·         Encontram-se subordinadas ao Estado;
·         Têm sua missão e seus objetivos determinados legalmente;
·         Têm objetivos permanentes a serem perseguidos em favor de toda a coletividade;
·         Agem para influenciar, regular ou mesmo substituir o mercado
·         A missão e os objetivos são autoatribuídos pelos seus membros.
·         São chamadas de organizações;
·         São autorreferenciadas;
·         Têm interesses próprios e objetivos variáveis com o tempo;
·         Os membros possuem autonomia para definir e redefinir a sua missão, estabelecer e modificar os seus objetivos, decidir por sua expansão ou retração, diversificação e reorientação de atividades ou mesmo pela sua completa dissolução;
·         Agem e mudam conforme a lógica e a dinâmica do mercado;


Referência: 

COELHO, Ricardo Corrêa. O público e o privado na gestão pública / Ricardo Corrêa Coelho. -  Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília]: CAPES: UAB, 2009.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Motivação no serviço público

Por Ernaldina Sousa Silva Rodrigues

Partindo da ideia de que a motivação “é a força interior que faz com que as pessoas se esforcem para conseguir determinado resultado” (BERGUE, 2010, p. 22), discutiremos neste ensaio como o gestor público pode motivar as pessoas, considerando as limitações culturais que permeiam os fenômenos comportamentais.
Iniciamos, então, com o conceito de motivação baseado na abordagem de Robbins (2005, apud BERGUE, 2010),  que considera a motivação humana “associada a um processo responsável pela intensidade, pela direção e pela persistência dos esforços de uma pessoa orientados para o alcance de determinado propósito”. (grifo nosso)
O processo abordado por Robbins permeia o gestor público e o indivíduo num ambiente complexo, caracterizados por questões de natureza cultural, política, econômica e legal. Nesse processo, estão envolvidos fatores tais como crenças, valores, remuneração adequada, trabalho decente, reconhecimento etc, cabendo ao gestor público identificar e compreender o que leva as pessoas a agirem de determinada maneira no ambiente de trabalho. A partir desse ponto ele poderá traçar estratégias convergentes entre os objetivos institucionais e os individuais. Sobre esse ponto é importante ressaltar que Kartz; Hahn (1987, apud BERGUE, 2010, p. 16) afirmam que os objetivos organizacionais e individuais não são plenamente convergentes, porque os objetivos são negociados e resultantes de um arranjo de forças específico. Argumentam que apesar dos objetivos organizacionais serem estabelecidos por indivíduos ou grupos nenhum destes têm na organização poder suficiente para estabelecê-los integralmente.
O primeiro a planejar o processo é o gestor público, detentor legal do cargo, com capacidade de compreensão dos mecanismos motivacionais e de comportamento dos indivíduos no ambiente organizacional, bem como das influências das relações e necessidades pessoais, levando em conta os traços burocráticos e patrimonialistas da Administração Pública.
Considerando que cada indivíduo tem suas necessidades e que essas necessidades fornecem às pessoas os motivos para a ação e a motivação para satisfazê-las, esses dois vetores de análise – necessidade e satisfação – são fundamentais para a compreensão do comportamento das pessoas no ambiente de trabalho.
Na visão de Bergue (2010, p. 25), a

“capacidade de compreensão e diagnóstico da realidade organizacional por parte do gestor público é condição prévia essencial para a concepção, implementação e avaliação de qualquer programa de gestão ou política pública, independente da área de competência.”

Outro ponto relevante é a influência das relações humanas no desempenho das pessoas no ambiente de trabalho. Logo, a motivação pode depender, portanto, da qualidade dessa relação. Sob essa perspectiva, reforçamos que a relação do indivíduo  com a organização pública está moldada por especificidades que precisam ser de conhecimento do gestor público. Caso contrário, o desconhecimento pode implicar em prejuízos à gestão.
         Nesse sentido, podemos afirmar que a motivação associada ao processo, segundo Robbins, perpassa o diagnóstico da realidade à interação do gestor com as pessoas no ambiente organizacional.


Referência Bibliográfica:

BERGUE, Sandro Trescastro. Comportamento Organizacional. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração/UFSC; [Brasília]: CAPES:UAB, 2010.

BERGUE, Sandro Trescastro. Cultura e Mudança Organizacional. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração/UFSC; [Brasília]: CAPES:UAB, 2010. 

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Como são compostas as comissões de processo administrativo disciplinar?

De acordo com o Manual de Processo Administrativo Disciplinar da Controladoria-Geral da União (atual Ministério da Transparência), do Direito Administrativo deriva novo ramo, qual seja o Direito Administrativo Disciplinar. Este, segundo o referido Manual: “é um ramo (…) que tem por objetivo regular a relação da Administração Pública com seu corpo funcional, estabelecendo regras de comportamento a título de deveres e proibições, bem como a previsão de pena a ser aplicada. ”[1].
Uma característica comum aos processos administrativos disciplinares é que, quando de suas instaurações, por meio de ato instaurador ou portaria inaugural no boletim de serviço (ou de pessoal) do órgão de publicação interna na jurisdição ou Diário Oficial, nomeia-se uma comissão que irá apurar os fatos narrados no referido ato. Porém, com base em que requisitos são escolhidos os membros da citada Comissão?
A resposta para tal questionamento está cristalizada nas próprias leis que regem as relações dos servidores com a Administração Pública. A título de exemplo, no caso dos servidores públicos civis da União, os requisitos se encontram no artigo 149 da lei 8.112/90, quais sejam: Três servidores estáveis, designados pela autoridade competente, e dentre eles, um será indicado como presidente da Comissão Disciplinar, devendo ocupar cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao indiciado.
Observe-se, ainda, que, mesmo que haja o enquadramento nos requisitos acima descritos, não poderão participar da referida comissão os servidores que forem cônjuges, companheiros ou parentes do acusado, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau.
Neste ponto, um pequeno parêntese deve ser aberto. Estamos tratando apenas da formação da Comissão Disciplinar em Processos Administrativos Disciplinares. Isso porque, em se tratando de Sindicância Acusatória ou Sindicância Meramente Investigativa, há regras diferenciadas. Na primeira, com base na Portaria CGU 335/2006, admite-se que a comissão seja composta por dois ou mais servidores estáveis (art. 12, §2º). A segunda, com base na mesma portaria, porém, no §1º do artigo 12, poderá ser instaurada com um ou mais servidores, que sequer precisam ser estáveis.
Portanto, mediante indicação pela autoridade competente, e atendidos os requisitos indicados nos estatutos dos servidores públicos e legislação correlata, estará formada a Comissão Disciplinar que realizará os trabalhos necessários para o andamento escorreito do Processo Administrativo Disciplinar.
Coisas que servidores públicos e empregados públicos precisam saber: 
1 – No caso das empresas estatais e sociedades de economia mista, inexiste a obrigatoriedade de realização de procedimentos prévios para exercício do poder disciplinar. Porém, prestigiando-se os Princípios que regem a Administração Pública, a pena disciplinar aplicada ao empregado público deve estar fundada em elementos de convicção que permitam segurança quanto à constatação do cometimento da falta funcional.
2 – Ainda, nesse mesmo sentido, se a Estatal possuir regulamento interno que institua a necessidade de inquérito ou sindicância internos para apuração e aplicação de pena disciplinar, não poderá dispensá-los, na forma da súmula 77[2] do Tribunal Superior do Trabalho.
3 – Tendo em vista que o emprego público não traz a garantia de estabilidade, presente no cargo público, formada comissão para investigar suposto fato infracional, não será possível indicar empregados estáveis para a mesma, inexistindo, pois, essa obrigatoriedade.
[1] Manual de Processo Administrativo Disciplinar/CGU. Brasília, março/2016. P. 13.
[2] Súmula nº 77 do TST
PUNIÇÃO (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Nula é a punição de empregado se não precedida de inquérito ou sindicância internos a que se obrigou a empresa por norma regulamentar.

Por Daniel Hilárioadvogado do escritório Cassel Ruzzarin Santos Rodrigues Advogados
Fonte: <http://www.blogservidorlegal.com.br/como-sao-compostas-as-comissoes-de-processo-administrativo-disciplinar/>

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

BURNOUT: SÍNDROME DE ESGOTAMENTO

Você está sem forças? Nada o alegra? Infelizmente pode tratar-se de um problema comum nos dias de hoje e que tem até nome: síndrome de esgotamento ou burnout — ou trabalhador queimado numa tradução livre. A boa notícia é a de que é possível combater esse problema.

Um site russo publicou a pesquisa de um conhecido psicoterapeuta austríaco, Alfried Langle, no qual são apresentados detalhes da síndrome. Com a autorização da fonte, o Incrível.club apresenta aqui os resultados da pesquisa.

A síndrome é um sintoma dos nossos tempos; é uma condição de esgotamento tamanha que nos leva a uma paralisia de forças e sentimentos que acaba se convertendo numa perda da vontade de viver. Os casos dessa síndrome são cada vez mais frequentes. Antes relacionada apenas a trabalhos sociais, a síndrome vem se espalhando também para outras profissões.

Uso excessivo da tecnologia, foco demasiado no consumo e materialismo são fatores que contribuem com o problema. A questão de fundo é a de que nos exploramos e deixamos que nos explorem.
Esgotamento leve

Todo mundo já deve ter sentido os sintomas do esgotamento leve. Descobrimos esses sinais depois de passar por uma forte tensão ou de termos terminado uma tarefa mais pesada. Por exemplo, quando nos preparamos para uma prova, atuando num projeto difícil, escrevendo uma tese ou cuidando de filhos pequenos. Às vezes, esses desafios requerem uma dose extra de energia e isso cobra seu preço.

Outro exemplo: médicos trabalhando durante uma epidemia têm muito mais trabalho e atuam sob pressão. É nessas horas que surgem os sintomas como irritabilidade, falta de desejo sexual, transtornos de sono, diminuição da motivação e sintomas depressivos. Esses sintomas caracterizam uma versão mais simples do esgotamento, que se manifesta por meio de reações psicológicas e fisiológicas em resposta a um stress mais forte.

A questão é que, quando a situação-gatilho do estresse termina, os sintomas desaparecem sozinhos. É o caso em que um fim de semana bem aproveitado ou uma temporada de férias já resolvem. Exercícios e um bom sono também ajudam a recarregar as baterias. Mas não se esqueça: sem essas medidas, seu corpo, tal qual um computador, entra em modo de economia de energia, como já mencionamos.

Na verdade, tanto o corpo quanto a psique foram ‘projetados’ para aguentar uma boa dose de estresse e tensão porque encarar esse tipo de situação faz parte de nossa vida e fazia parte da vida de nossos ancestrais. Por exemplo: se você tem de resgatar sua família de algum apuro. Não são casos simples que irão romper sua corda.

O problema, na verdade, é outro, são aquelas situações em que um desafio se emenda em outro e em outro e você não tem tempo para parar, se sentindo o tempo todo obrigado a cumprir com expectativas elevadas, com medo ou excessivamente ansioso por algo. Tudo isso leva a uma sobrecarga do sistema nervoso. A pessoa sobrecarrega os músculos e começa a sentir fisicamente a tensão. Alguns, inclusive, começam a ranger os dentes enquanto dormem. Eis um sintoma de esgotamento.

Esgotamento crônico

Se a tensão se torna crônica, a síndrome se manifesta como uma desordem generalizada.

Em 1974, o psiquiatra Freudenberger, de Nova York, publicou um artigo científico sobre voluntários que trabalharam em atividades sociais na igreja local. Neste texto, o especialista descreve que esses voluntários tinham sintomas parecidos com depressão. Em seu perfil, se detectavam sempre as mesmas características: a princípio, ficavam totalmente fascinados por suas atividades; em seguida, essa satisfação diminuía e, ao final, se desvanecia completamente, transformando-se em um punhado de cinzas.
Todos, enfim, manifestaram os mesmos sintomas: esgotamento mental e fadiga constante. Só de pensar que teriam de trabalhar, surgia uma fadiga. Contraíam doenças muito facilmente. Esse foi um dos conjuntos de sintomas.

Sobre seus sentimentos, bem, não eram lá muito fortes. Ocorreu algo que o psiquiatra chamou de ‘desumanização’. A atitude em relação àqueles que eles estavam ajudando e em relação às pessoas em geral mudou. Primeiro, era um tratamento amoroso e atento, que logo se tornou cínico e negativo. Também pioraram as relações com os colegas de trabalho que, por fim, se desdobrou num sentimento de culpa e num desejo de fugir de tudo. Trabalhavam menos e agiam como se fossem robôs..

Todos esses comportamentos têm uma certa lógica: se já não tenho força em meus sentimentos, não tenho forças para amar e escutar, e as pessoas se transformam num fardo para mim. Sinto que não posso correspondê-las, estar no mesmo nível e que suas expectativas são exageradas para mim. Então, são acionadas reações defensivas automáticas, o que, do ponto de vista da psique, é bastante sensato.

Como terceiro grupo de sintomas, o autor enumera a redução da produtividade. É quando a síndrome começa a prejudicar o trabalho. Segundo a pesquisa, os participantes já não estavam satisfeitos com seu trabalho e seus resultados. Se enxergavam como impotentes em relação a novos êxitos, estavam desacreditadas. Tudo era demais e os participantes relatavam que não estavam recebendo o reconhecimento que mereceriam.

Durante a pesquisa, Freudenberger descobriu que a síndrome do burnout não tem relação com o número de horas trabalhadas; sim, quanto mais se trabalha, mais seu aspecto emocional é afetado, mas a pessoa segue sendo produtiva por algum tempo. Conclusão: o processo tem sua própria dinâmica. É mais que um simples esgotamento, como veremos a seguir.
Etapas do esgotamento

Freudenberger criou uma escala de 12 níveis, que simplificaremos aqui:

1. A princípio, as pessoas com esgotamento têm um desejo obsessivo de afirmação (sou capaz de fazer algo), muitas vezes, inclusive, em forma de competição com colegas.
2. Em seguida, começa uma atitude negligente com as próprias necessidades. A pessoa se sente menos motivada para fazer exercício ou qualquer outra coisa de que goste; tem menos tempo para os outros e para si mesmo. Conversa com menos frequência.
3. No nível seguinte, não tem tempo para resolver conflitos e passa a ignorá-los. Mais adiante, passa a não percebê-los; não percebe, simplesmente, que há problemas. Se ausenta. Passa a se comportar como uma flor que está murchando.
4. Mais adiante, perde os sentimentos com respeito a si mesma; não sente. Se torna uma máquina que não pode parar, trabalhando no automático.
5. Na sequência, começa a sentir um vazio interior, se tornando depressiva.

Por fim (12ª etapa) a pessoa ‘quebra’, quase que literalmente, e cai doente, física e mentalmente, podendo, inclusive, ter pensamentos suicidas.

Uma vez, um paciente com esgotamento emocional veio a meu consultório. Sentou, suspirou e me disse: «Fico feliz de estar aqui». Parecia muito, muito esgotado. O caso é que ele sequer chegou a mim por sua conta. A consulta fora marcada por sua esposa, que queria a consulta o mais rápido possível. Marquei na data mais próxima, uma segunda-feira. E, no início da consulta, ele me confessou. «Me segurei para não me atirar pela janela durante o final de semana. Minha situação era insuportável».

E ali estava eu, diante de um executivo de enorme sucesso. Seus empregados mal suspeitavam de sua situação, que ele disfarçava bem. Durante muito tempo, a própria esposa não soube da enfermidade.

Mas, na etapa 11, ela se deu conta. O marido seguiu negando o problema por um tempo até que a pressão que recai sobre ele diminuiu e ele, então, se sentiu pronto para fazer algo. Eis um exemplo extremo de burnout.

Do entusiasmo à indiferença

Para designar com palavras mais simples como se manifesta o desgaste emocional, é possível recorrer à descrição do psicólogo alemão Matthias Burisch, que enumerou quatro etapas:

1. A primeira etapa é totalmente inofensiva, inclusive porque não é, ainda, um desgaste emocional de fato. Mas é preciso ficar atento: ao contrário do que se imagina, a pessoa se sente invadida por um entusiasmo excessivo, o que faz com que exija demais de si mesma. Esse processo de se cobrar pode durar semanas ou meses.

2. A segunda etapa é caracterizada por um esgotamento físico e emocional.

3. É na terceira etapa que se manifestam as primeiras reações defensivas; e o que faz uma pessoa com exigências exageradas? Foge das reações, se desumaniza. Trata-se, aqui, de um mecanismo de defesa para que o esgotamento não se agrave. Intuitivamente, a pessoa sente que precisa de um descanso e ‘tira o pé’ das relações sociais, que perdem a força, com contatos cada vez menos frequentes com outras pessoas. Claro, é uma reação justificável, mas que se manifesta numa área (a dos relacionamentos) nada adequada. Mais relaxada, a pessoa se isola de demandas e reclamações.

4. A quarta etapa reforça a anterior, e é a fase em que o esgotamento fica mais perceptível. Burisch denomina essa etapa ‘síndrome da repulsa’ e significa que a pessoa não sente qualquer alegria. Tudo provoca repúdio e enfado. Por exemplo, comi um peixe delicioso que, no entanto, me deu uma indisposição estomacal. No dia seguinte, o cheiro de peixe me dá asco. É uma reação defensiva à intoxicação e é mais ou menos assim que funciona.
Causa do esgotamento

Três aspectos se destacam quando falamos de causas do esgotamento. O primeiro é individual e psicológico — quando a pessoa simplesmente não liga de se entregar ao estresse. O segundo é social: a pressão que vem (bingo!) da sociedade, das exigências do trabalho, dos prazos cada vez mais curtos, das metas e das convenções sociais que nos obrigamos a cumprir. Por exemplo, se você acredita que todo ano deve fazer uma viagem internacional e, de repente não consegue e, nesse sentido, se considera inferior a seus amigos que ainda fazem esse tipo de viagem. Sim, esse tipo de pressão pode causar desgaste emocional.© Rachel Baran

As exigências mais dramáticas estão relacionadas, por exemplo, ao tempo no ambiente de trabalho — um “cerão” não remunerado que, caso o funcionário se negue a fazer, sinta que corre o risco de ser mandado embora.

As causas psicológicas (primeiro grupo) podem ser trabalhadas do modo tradicional, com terapias e tratamentos. Já o segundo tipo, para ser resolvido, exige uma mudança de programação mental: afinal, preciso, mesmo, trocar de carro a cada dois anos? A viagem ao exterior todo ano é imprescindível? Responder ‘não’ é simples, mas a resposta exige um auto convencimento ao qual nem todos estão dispostos.

Mas há, claro, o terceiro aspecto, relacionado à organização do trabalho. Se a pessoa possui pouca liberdade no ambiente de trabalho, se sofre algum tipo de ‘bulling’, é possível que esteja submetida a um estresse enorme. É o caso de uma reestruturação do meio.

Sentido não se compra

Nos limitamos a estudar as causas psicológicas. Nesse sentido, a causa do desgaste emocional está ligada a um vazio existencial. Viktor Frankl descreve o vazio existencial como o sofrimento por se sentir vazio e, assim, não encontrar um sentido.

Em sua pesquisa, realizada na Áustria com 271 médicos, apresentou os seguintes resultados. Os médicos que levavam uma vida cheia de sentido e não padeciam de vazio quase não sofriam desgaste emocional, mesmo trabalhando muitas horas por dia. Já os que mostravam um nível mais elevado de vazio emocional no trabalho apresentavam índices mais altos de esgotamento emocional, mesmo no caso de trabalharem menos.

Então, podemos, desde já tirar uma conclusão: não se pode comprar o sentido comum. Se sofro de um vazio interno, não importa o quanto ganhe, não será suficiente para comprar um sentido para minha existência. Não há recompensa. A síndrome do desgaste sempre nos confronta com as seguintes perguntas: «meu trabalho faz sentido pra mim?»; «encontramos algum valor pessoal em nossas tarefas». É desse sentido que estamos falando. Se perseguimos coisas que imaginamos ter sentido, como uma carreira, reconhecimento social ou o amor daqueles que nos cercam, então estamos nos equivocando. A busca por esses sentidos nos rouba muita energia e causa um estresse danado. E, como resultado, temos um déficit de sentido e experimentamos uma devastação, inclusive quando relaxamos.

Por outro lado, no outro extremo, nos sentimos realizados mesmo quando estamos cansados. Afinal, o dever cumprido, apesar do cansaço físico, não provoca desgaste emocional.

Para resumir, podemos dizer o seguinte: o desgaste emocional é um estado que chega como consequência de uma reação em cadeia que não nos permite sentir plenos e satisfeitos com o que estamos fazendo. Em outras palavras, se encontro um sentido no que estou fazendo, se sinto que estou fazendo algo interessante e importante, fico feliz e não há lugar para o esgotamento emocional. Não se pode, no entanto, confundir esses sentimentos com entusiasmo. O entusiasmo nem sempre está conectado com a plenitude.
A que me entrego

Outro aspecto ligado ao esgotamento emocional diz respeito à motivação. Por que estou fazendo algo? O que me atrai em meu trabalho? Se não posso pôr meu coração e minha alma e só me interessa o pagamento, estou, de alguma forma, me enganando.
É como se você estivesse diante de alguém falando, mas pensando em outras coisas: estou presente, mas só de corpo. Se não estou presente, de fato, em meu trabalho, em minha vida, então o problema é sério e não posso obter recompensas por isso, e não estamos falando de dinheiro. Você pode receber um belo contracheque no final do mês, mas não tem reconhecimento pelo que faz. Se não ponho minha alma no que faço e só tenho o trabalho como uma forma de alcançar outro objetivo, isso significa que estou abusando da situação.

Posso começar um projeto que promete render muito dinheiro. É algo a que não consigo resistir. Posso estar caindo na tentação que me levará ao esgotamento emocional. Bem, se esse tipo de situação acontece uma vez ou raramente, tudo ok. Mas se acontece o tempo todo, pode ser que eu esteja vivendo a reboque de minha própria vida. A que me dedico?

Certamente este é o ponto em que estarei embarcando na síndrome de esgotamento. Porque o mais provável é que entre de cabeça e não saiba a hora de parar; precisarei de um muro para me deter e, depois, bem depois, de um impulso que faça me mover novamente.© Rachel Baran

Ok, talvez o exemplo do dinheiro seja superficial demais. A motivação poderia ser mais profunda: quando busco apenas obter reconhecimentos. Preciso de aplausos, bajulação. E, sem satisfazer essas necessidades narcisistas, morro de ansiedade. Olhando de fora, ninguém percebe, só os mais próximos irão perceber. Mas não vou comentar essa necessidade com aqueles que me cercam. Na verdade, nem eu mesmo percebo que preciso tanto de uma plateia.

Outra situação: preciso de segurança. Fui pobre quando era criança; usava a mesmas roupas puídas até que acabassem completamente. Por isso, vivia com vergonha. Prometi a mim mesmo que nunca mais passaria por aquilo. Conheci muitas pessoas que conquistaram a riqueza às custas de esgotamento emocional. Porque queriam a todo custo evitar a miséria e qualquer sinal condicionado a ela.

Sim, isso é compreensível. Mas pode levar a uma situação em que a pessoa se exige até o limite do esgotamento. Exigências infinitas. Por trás dessa aparente motivação, pode haver um vazio, a falta de algo, deficiência que, por sua vez, leva à autoexploração.
O valor da vida

Esta deficiência pode não só ser uma necessidade subjetivamente percebida, mas também um objetivo que você quer alcançar e que, no final das contas, o levará a um esgotamento emocional.

Como percebo minha vida? Com base nisso, posso traçar meus objetivos.

Os objetivos podem ser colocados por seus pais ou ‘descobertos’ por você mesmo. Por exemplo, quero conquistar algo material. Ou quero ter três filhos. Quero ser jornalista, médico, político. Assim, a pessoa se impõe uma meta.

Sim, isso é absolutamente normal. Quem de nós não tem ao menos um objetivo na vida? Mas, se os objetivos te enchem toda a vida, começam a pesar demais, então esses mesmos objetivos acabam por levá-lo a uma conduta rígida que, por fim, exigirá toda a sua energia. E aí, tudo o que você faz se converte em meios para atingi-los. E isso, em si, não tem valor, só o sobrecarregará.

«Que bom que aprenderei a tocar violino» é um exemplo de valor próprio. Mas, se ao aprender violino quero ser o primeiro violinista da Filarmônica de Berlim, então, estarei me comparando com outras pessoas o tempo todo. Sei que preciso praticar mais, tocar mais para atingir o objetivo, de tal maneira que a a orientação para o objetivo começa a prevalecer sobre a orientação em si de tocar violino. E aí surge a insuficiência da atitude interior. Estou fazendo algo, mas aquilo que faço não leva um sentimento interior e isso faz com que minha vida perca valor. Eu mesmo destruo o conteúdo interno para alcançar os objetivos.

Quando a pessoa deprecia desta maneira o valor interno das coisas, prestando pouca atenção a elas, passa a subestimar a própria vida. Ou seja, uso meu tempo para atingir a meta a que me propus, o que, por sua vez, conduz a uma perda das relações. Ao deixar de lado meus valores internos e o valor da vida, em si, entro em estresse.

Tudo que dissemos até agora pode se resumir da seguinte forma. O estresse que o leva ao esgotamento se relaciona com fazer algo sem seu sentimento interior, sem sentir o verdadeiro valor do que está fazendo, sem dar valor a si mesmo. E chegamos a um estado de pré-depressão.

Isso ocorre quando fazemos coisas demais ou simplesmente fazemos algo por fazer. Por exemplo, estou fazendo comida pensando, esperando, simplesmente que esteja pronta logo. E me alegro quando posso servi-la. A questão é: se me alegro por algo que terminou — simplesmente porque terminou! — em nenhum momento, enxerguei valor no processo, em si. O fazer comida simplesmente não foi importante pra mim.

Se isso acontece com frequência, então estamos felizes porque a vida está passando — e talvez esteja chegando ao fim — e não participamos efetivamente dela. Queremos o fim, a morte. Se você simplesmente age, sem sentir, lamentamos, mas você não está vivendo, está apenas esperando que acabe sem, de fato, tomar parte nela.

O esgotamento é um aviso psicológico que nos passam de que estamos sendo passageiros de nossas próprias vidas.

Pessoas que, na maior parte do tempo fazem algo sem envolvimento não recebem nada da vida — porque não querem receber. Não sentem alegria e, cedo ou tarde, enfrentarão a síndrome de esgotamento.

Prevenindo o esgotamento

O que fazer para prevenir a síndrome de esgotamento? Muitos aspectos se resolvem sozinhos se você identifica a causa do problema. Se entende que pode resolver a situação mergulhando em si mesmo e falando sobre a situação com pessoas próximas. Eu deveria estar vivendo dessa forma?
Eu mesmo me sentia assim há uns dois anos. Iria escrever um livro durante o verão. Com todas as minhas anotações, fui à casa de campo. Vim, me estabeleci, fui dar uma volta, falei com os vizinhos. No dia seguinte, fiz a mesma coisa. Chamei meus amigos e nos encontramos. E no terceiro dia, tudo igual. A verdade é que a premência de começar a escrever me batia às portas, mas não conseguia reunir forças para isso. Tentei lembrar de que aquilo era meu dever, que os editores esperavam o material. E isso, por sua vez, representava uma pressão.

Foi então que me dei conta de que se tratava da síndrome de esgotamento. E me disse: provavelmente, preciso de mais tempo e, com certeza, o desejo retornará. E me permiti observar. Porque, a cada ano, sentia a inspiração, mas, naquele, nada de ela aparecer e, até o final do verão eu sequer havia aberto meu caderno de anotações. Não escrevi uma frase. Mas descansei e fiz coisas maravilhosas.
Afinal, aquela situação tinha sido negativa ou positiva? — me perguntei. Cheguei à conclusão de que não cumpri meu dever e aquilo foi um fracasso. Mas, se era assim, se simplesmente não consegui fazer o que deveria ter feito, então foi melhor ter ficado parado. Afinal, eu estava esgotado e antes do verão havia feito muitas coisas, e o ano acadêmico havia sido, de fato, pesado.

Mas, sim, tive uma batalha interior. Pensava, contemplava, refletia sobre o que, de fato, importava em minha vida. E, como resultado, duvidei de que escrever aquele livro fosse, de fato, importante em minha vida. Mais importante é viver, estar aqui, ter relações que valham a pena. O fato é que não sabemos quanto tempo ainda nos resta.

Em geral, o tratamento da síndrome de esgotamento começa com uma descarga emocional; dê a você mesmo mais tempo para cumprir suas tarefas, delegue responsabilidades, coloque metas realistas. Há muito que discutir nesse ponto, afinal, é onde nos encontramos com as estruturas mais profundas de nossa existência. Trata-se de nossa atitude diante da vida; é preciso que nossos objetivos sejam autênticos e falem com nossa alma.

Se a síndrome de esgotamento tem uma característica mais marcante em você, o mais recomendável é ir a um médico, incapacitar-se por um momento, descansar fisicamente. Ou simplesmente dar um tempo, desligar das obrigações.

A questão é que as pessoas que padecem da síndrome simplesmente não se podem permitir esse tipo de atitude. Se está incapacitada, segue exigindo demais de si mesma, de tal maneira que não pode descarregar todo o peso que carrega sobre as costas.
As pessoas sobre remorsos habitualmente. E aí, com a chegada de outros distúrbios associados, o esgotamento só tende a piorar.

Os medicamentos podem ajudar por algum tempo, mas não são a solução. A saúde física é a base. É preciso trabalhar também as necessidades, deficiências internas, objetivos e, claro, expectativas de vida.

É preciso pensar de que maneira é possível reduzir a pressão por parte da sociedade, em como se proteger disso. Em algumas situações, é saudável abrir mão de um cargo no trabalho.

No caso mais grave que presenciei em meu consultório, o paciente precisou se desligar completamente do trabalho por 4-5 meses. Mas, após regressar ao escritório, encontrou um estilo novo de realizar tarefas, pois, caso contrário, dentro de pouco tempo estaria esgotado novamente. Claro, se você trabalha duro ao longo de 30 anos, é muito difícil mudar. Mas é necessário.

É possível prevenir a síndrome do esgotamento fazendo algumas perguntas simples:

1. Por que estou fazendo o que faço? Para que vou todos os dias à faculdade? Para que estou escrevendo um livro ou me envolvi num determinado projeto? Qual o sentido disso? Me representa algum valor?
2. Gosto do que estou fazendo? Amo fazer? Sinto que é bom? Bom o suficiente para eu fazer com alma? O que estou fazendo me alegra? Provavelmente nem sempre vai ser assim, claro. Mas a alegria e a satisfação têm de prevalecer.

No final de tudo, lá no fundo, a pergunta que se deve fazer é bastante pessoal: afinal, quero viver para isso? Se em meu leito de morte, no mais íntimo dos balanços vou pensar: valeu a pena viver?

Ler mais: http://www.psicologiasdobrasil.com.br/burnout-sindrome-de-esgotamento/#ixzz4E7z4pZIJ
Fonte: < http://www.psicologiasdobrasil.com.br/burnout-sindrome-de-esgotamento/>

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Qualidade de Vida no Trabalho: um bem mais que necessário!

Pensar em qualidade de vida, é refletir sobre como conduzimos nossa vida. Pensar em qualidade de vida no ambiente organizacional é repensar sobre como podemos promover saúde para o ambiente de trabalho. O tema qualidade de vida no trabalho surgiu na literatura nas últimas três décadas, e foi com a mobilização sindical e com a conscientização dos trabalhadores que ela foi vista por vários pesquisadores, que se preocupavam em investigar os fatores que afetavam a produtividade e por consequência a satisfação do trabalhador para como o seu ambiente de trabalho.

Naquela época surgiu a escola de Administração Científica proposta por Taylor e o trabalhador ainda era visto como uma “engrenagem”, o pensamento de que o trabalhador era um empregado e que seu “patrão” estava apenas te ofertando um favor era estabelecido. O trabalhador não era visto como peça chave na organização, mas sim como uma máquina que deveria produzir em larga escala. Não demorou e as reações negativas deste pensamento foram surgindo gerando absenteísmo, greves e sabotagens por parte dos trabalhadores.

Foi por meio do psicólogo Elton Mayo que desenvolveu experimentos na fábrica Hawthorne em Chicago, que foi evidenciado que o rendimento do trabalho não dependia apenas do indivíduo isoladamente, mas do grupo de que fazia parte, permanecendo motivado pelo conforto material e por necessidades sociais e psicológicas.

Outros pesquisadores deram suas contribuições como Maslow, Herzberg e McGregor, colocando o que nos motiva para levantar todos os dias e trabalhar. As necessidades fisiológicas, de segurança, sociais, de estima e auto realização foram identificadas por Maslow. A satisfação com o trabalho, o reconhecimento, a possibilidade de crescimento profissional e o ambiente de trabalho foram identificados por Herzberg. Já McGregor criou a teoria da motivação dividindo-a em dois grupos, Teoria X na qual fazem parte dela as pessoas que preferem ser dirigidas não se interessando pelas responsabilidades e se apegando a segurança, e a Teoria Y o oposto da teoria x, na qual acredita-se que o homem pode dirigir-se a si mesmo e ser criativo no trabalho.

Várias teorias e experimentos que demonstram muito o que vivemos no ambiente organizacional. Foi a partir dos anos 70 que o trabalho foi visto como enobrecedor, porem foi nos anos 80 que ele foi visto como abdicação do lazer e dito por muitos como um “mal necessário”. A qualidade de vida no trabalho hoje é vista como a qualidade de percepção, ou seja, é aquilo que cada colaborador acredita ser, se o mesmo traz bem-estar social, psicológico, fisiológico, econômico e político.

Para que a qualidade de vida no trabalho se faça pertinente no âmbito organizacional é necessário que o empreendedor conheça a realidade de trabalho de cada colaborador, suas funções e como são exercidas. Quem pode colaborar com este trabalho são os próprios colaboradores exercendo a voz ativa em reuniões de trabalho e propondo intervenções que possam colaborar para o clima organizacional, já que cada colaborador sabe o ponto fraco do seu trabalho e o que deve ser melhorado.

Com a qualidade de vida no trabalho pode-se crer em um trabalho dignificante, saudável e que possa proporcionar realização profissional. Com ela podemos dizer que amamos nosso trabalho e evitamos assim o adoecimento físico ou psicológico. Entretanto caso as relações humanas e a comunicação venham a faltar a qualidade de vida no trabalho não se estabelece. Portanto a conscientização desta ferramenta se faz pertinente caso o amor pelo trabalho queira prevalecer.

Referências Bibliográficas

CARDOSO, Wilma Lucia Castro. Qualidade de Vida No Trabalho: uma articulação indispensável. In: GUIMARÃES, Liliana Andolpho Magalhães et al. Série Saúde Mental e Trabalho. 2. ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1999. Cap. 5. p. 73-94.

Fonte: <http://www.psicologiasdobrasil.com.br/qualidade-de-vida-no-trabalho-um-bem-mais-que-necessario/>

terça-feira, 12 de julho de 2016

10 SINTOMAS DO ESGOTAMENTO EMOCIONAL

Luciana Lara • 2 de julho de 2016

O esgotamento emocional é um grande vilão que se não for tratado com seriedade pode se transformar em depressão.

Tudo começa de forma discreta e você não dá importância, acha que é apenas cansaço e assim que tiver um tempo tira uma folga para relaxar e tudo ficará bem.

O problema é que essa folga vai sendo adiada constantemente por problemas cotidianos e alguns sintomas começam a aparecer. Quando são sintomas físicos você procura um médico.O médico por sua vez diz que não é nada grave e prescreve um calmante natural junto com o remédio para tratar o problema físico.

Você segue o tratamento, os sintomas físicos (geralmente ligados ao aparelho digestivo) melhoram e você segue bem por um curto período, até aparecer outro problema.

O esgotamento emocional aparece geralmente após um período conturbado que ficou para trás, ou junto com um problema que você está lutando para resolver mas não consegue.

Aqui seguem alguns sintomas típicos que você deve ficar atento para não deixá-los sem a devida atenção.

1 – O sono não é reparador

Você já acorda cansado, mesmo tendo dormido a noite toda. Precisa de uma boa dose de café para sair de casa e começar seus afazeres diários. O cansaço só vai piorando durante o dia.

2 – Queda de rendimento no trabalho.

Você não é mais tão rápido para fazer tudo o que sempre fez com disposição. Tem dias que parece que está ligado no modo automático no trabalho e em reuniões para organização de novos projetos você não tem ideias e acaba seguindo e apoiando as ideias dos outros pois está cansado demais para se empenhar em algo novo e ser criativo.

3 – Memória fraca

A agenda agora é sua amiga, pois sem o aviso no celular você esquece mesmo e nem se dá conta, por isso até coisas que você costumava nunca esquecer estão sendo colocadas para apitar no telefone.

4 – Há algum tempo sair de casa para festas e ficar com os amigos já não te dão entusiasmo.

Antes era bom sair, conversar com amigos, mas agora existe sempre uma boa desculpa para ficar de pijama em casa. Assistir um filme debaixo das cobertas é muito mais satisfatório do que ir ao cinema. Ás vezes você até sai, conversa, mas tem sempre uma preocupação te impedindo de curtir inteiramente um momento de descontração. Você prefere não ficar muito tempo fora de casa, precisa de mais tempo de descanso.

5- Azia, dores de estômago e intestino que não funciona como deveria.

Nosso aparelho digestivo é sempre o primeiro a dar sinais de que suas emoções não estão bem. Pessoas esgotadas emocionalmente sempre sofrem com algum tipo de problema no aparelho digestivo. Você marca consulta com o gastro, toma os remédios e muda a dieta, como o médico sugere. Mas o problema insiste em voltar e você não entende o porquê.

6- Dores de cabeça.

Por não ser insuportável, basta tomar um analgésico e tudo fica bem, mas ela marca presença pelo menos três vezes ao mês, ou até mais. É claro que você deve ir ao médico investigar sintomas físicos, seguir recomendações médicas é fundamental, mas nesse caso, os exames não identificam nada e você acaba com uma frustração e uma receita de calmante leve e natural para melhorar.

7- Vontade de chorar sem explicação aparente

Sua sensibilidade está muito maior e coisas pequenas como perder o ônibus e chegar atrasado a um compromisso ou uma despesa inesperada que irá te deixar mais apertado financeiramente durante o mês já são suficientes para um choro compulsivo e reclamações exageradas. Depois do desabafo você melhora e segue o resto do dia quieto até a hora de dormir. No outro dia você sente vergonha por ter sido tão sensível e procura seguir como se nada tivesse acontecido.

8- Dificuldades para ler e assimilar novos conteúdos

Ler um livro e conseguir prestar atenção ficou mais difícil. No meio da página você começa a pensar em outras coisas e quando volta para a realidade se dá conta que esqueceu o que acabou de ler e volta para a página anterior. Aprender algo novo está mais complicado, sua paciência em aulas e palestras já não é a mesma de antes. Não vê a hora de ir embora fazer outras coisas, pois prestar atenção está difícil.

9 – Pensamentos negativos mais frequentes

No geral você é uma pessoa otimista, compartilha mensagens bonitas de motivação em redes sociais, mas ás vezes lá no fundo você sente vontade de explodir, não faz orações ou frequenta sua religião com o mesmo entusiasmo e para de buscar novas soluções para os problemas, pois acredita que as coisas podem piorar se você tentar algo novo. Sente mais o lado negativo, e se existe uma chance das coisas darem errado elas agora recebem mais atenção da sua parte, pois você está cansado de se machucar e esperar demais de tudo e de todos.

10 – Engolir sapos para evitar discussões

Pra você certas pessoas são do jeito que são e não vão mudar. Elas te irritam, tratam mal, mas você prefere não confrontar porque seria perda de tempo, principalmente no trabalho. É uma boa linha de raciocínio, desde que não te afete emocionalmente. É preciso impor limites ás vezes, mesmo que seja educadamente. Se for possível cortar da sua vida para ter paz e saúde, não pense duas vezes. Da mesma forma que ninguém está disposto a ficar doente por você, você também não pode tolerar comportamentos abusivos para não causar atritos. Liberte-se!

Como tratar?

Os sintomas físicos devem sempre receber atenção de um médico e o tratamento deve ser seguido, mas tudo que for de fundo emocional não vai parar de se manifestar.

Pare de adiar seu descanso, faça algo por você! Procure ajuda, terapia convencional ou holística. Liberte-se de relacionamentos destrutivos que não te levarão a felicidade nunca. Atue a seu favor, não tente absorver problemas que não são seus. Não faça pelos outros mais do que faz por você. 

Coloque-se em primeiro lugar, nada deve ser feito no modo automático. Você deve sentir a vida e não apenas seguir o fluxo.

Fonte: < https://osegredo.com.br/2016/07/10-sintomas-do-esgotamento-emocional/>