terça-feira, 27 de maio de 2014

“É possível ensinar a virtude?"


Houve um tempo em que os deuses existiam, mas não as espécies mortais. Quando chegou o momento assinalado pelo destino para a sua criação, os deuses formaram-nas nas entranhas da terra, com uma mistura de terra, de fogo e dos elementos associados ao fogo e à terra. Quando chegou a ocasião de as trazer à luz, encarregaram Prometeu e Epimeteu de as prover de qualidades apropriadas. Mas Epimeteu pediu a Prometeu que lhe deixasse fazer sozinho a partilha. “Quando acabar, disse ele, tu virás examiná-la.” Satisfeito o pedido, procedeu à partilha, atribuindo a uns a força sem a velocidade, aos outros a velocidade sem a força; deu armas a estes, recusou-as àqueles, mas concedeu-lhes outros meios de conservação; aos que tinham pequena corpulência deu asas para fugirem ou um refúgio subterrâneo; aos que tinham a vantagem da corpulência, ela bastava para as conservar; e aplicou este processo de compensação a todos os animais. Estas medidas de precaução eram destinadas a evitar o desaparecimento das raças. Mas, quando lhes forneceu os meios de escapar à mútua destruição, quis ajudá-los a suportar as estações de Zeus; para isso, lembrou-se de os revestir de pêlos espessos e peles fortes, suficientes para os abrigar do frio, capazes também de os proteger do calor e destinados, finalmente, a servir, durante o sono, de coberturas naturais, próprias de cada um deles; deu-lhes, além disso, como calçado, sapatos de corno ou de peles calosas e desprovidas de sangue; em seguida deu-lhes alimentos variados, segundo as espécies: a uns, ervas do chão, a outros frutos das árvores, a outros raízes; a alguns deu outros animais a comer, mas limitou a sua fecundidade e multiplicou a das vítimas, para assegurar a preservação da raça.

Todavia, Epimeteu, pouco refletido, tinha esgotado as qualidades a distribuir, mas faltava-lhe ainda prover a espécie humana e não sabia como resolver o caso. Entretanto, Prometeu veio examinar a partilha; viu os animais bem providos de tudo, mas o homem nu, descalço, sem cobertura nem armas, e aproximava-se o dia fixado em que ele devia sair do seio da terra para a luz. Então Prometeu, não sabendo o que inventar para dar ao homem um meio de conservação, roubou a Hefaisto e a Ateneia o conhecimento das artes com o fogo, pois sem o fogo o conhecimento das artes é impossível e inútil, e presenteou com isto o homem. O homem ficou assim com a ciência para conservar a vida, mas faltava-lhe a ciência política; esta possuía-a Zeus, e Prometeu já não tinha tempo de entrar na acrópole que Zeus habita e onde velam, aliás, temíveis guardas. Introduziu-se, pois, furtivamente na oficina comum em que Ateneia e Hefaisto cultivavam o seu amor às artes, furtou ao Deus a sua arte de manejar o fogo e à deusa a arte que lhe é própria, e ofereceu tudo ao homem, tornando-o apto a procurar recursos para viver. Diz-se que Prometeu foi depois punido pelo roubo que tinha cometido, por culpa de Epimeteu.

Quando o homem entrou na posse do seu quinhão divino, a princípio, por causa da sua afinidade com os deuses, acreditou na existência deles, privilégio só a ele atribuído, entre todos os animais, e começou a erguer-lhes altares e estátuas; seguidamente, graças à ciência que possuía, conseguiu articular a voz e formar os nomes das coisas, inventar as casas, o vestuário, o calçado, os leitos e tirar os alimentos da terra. Com estes recursos, os homens, na sua origem, viviam isolados e as cidades não existiam; por isso, morriam sob os ataques dos animais selvagens, mais fortes do que eles; bastavam as artes mecânicas, para os fazer viver; mas tinham insuficientes recursos na guerra contra os animais, porque não possuíam ainda a ciência política de que a arte militar faz parte. Por consequência procuraram reunir-se e pôr-se em segurança, fundando cidades; mas, quando se reuniam, faziam mal uns aos outros, porque lhes faltava a ciência política, de modo que se separavam novamente e morriam.

Então Zeus, receando que a nossa raça se extinguisse, encarregou Hermes de levar aos homens o pudor e a justiça para servirem de normas às cidades e unir os homens pelos laços de amizade. Então Hermes perguntou a Zeus de que maneira devia dar aos homens a justiça e o pudor. “Devo distribuí-los, como se distribuíram as artes? Ora as artes foram divididas de maneira que um único homem, especializado na arte médica, basta para um grande número de profanos e o mesmo quanto aos outros artistas. Devo repartir assim a justiça e o pudor pelos homens, ou fazer que pertençam a todos?” – “Que pertençam a todos, respondeu Zeus; que todos tenham a sua parte, porque as cidades não poderiam existir se estas virtudes fossem, como as artes, quinhão exclusivo de alguns; estabelece, além disso, em nome, esta lei: que todo o homem incapaz de pudor e da justiça seja exterminado como o flagelo da sociedade.” 

Eis como e porquê, Sócrates, os atenienses e outros povos, quando se trata de arquitectura ou de qualquer arte profissional, entendem que só um pequeno número pode dar conselhos, e se qualquer outra pessoa, fora deste pequeno  número, se atreve a emitir opinião, eles não o toleram, como acabo de dizer, e têm razão, ao que me parece. Mas, quando se delibera sobre política, em que tudo assenta na justiça e no respeito, têm razão de admitir toda a gente, porque é necessário que todos tenham parte na virtude cívica. Doutra forma, não pode existir a cidade.

(Platão. Protágoras. Tradução de A . Lobo Vilela. Lisboa: Editorial Inquérito Limitada, s/d)

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Nota de solidariedade

"Ainda que o juiz tenha voltado atrás em sua decisão, é muito oportuna a nota de solidariedade agora emitida pela Comunidade Bahá'í do Brasil sobre o pronunciamento inicial daquele juiz:

A Constituição da República Federativa do Brasil prevê a inviolabilidade da liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias. A decisão de um Juiz da Justiça Federal do Rio de Janeiro de evocar para si a tarefa de decidir se as expressões de religiosidade de matriz africana são ou não cobertas pelo dispositivo constitucional é perigosa e espúria. Afirmar que estas “não contêm os traços necessários de uma religião a saber, um texto base (corão, bíblia etc), ausência de estrutura hierárquica e ausência de um Deus a ser venerado” abre o precedente do Estado julgar se aquilo que nasce na mais íntima expressão de transcendência no ser humano é ou não legítimo.

A Comunidade Bahá’í, que há mais 170 anos conhece no Irã, o seu país de nascimento, o que é ser uma minoria oprimida e sistematicamente perseguida com base em declarações similares, não pode manter silêncio perante tal ato perpetrado agora no Brasil contra nossos irmãos e irmãs de religiões de matriz africana. Veementemente condenamos tais expressões partindo de uma instância do judiciário brasileiro, pois os meios de ordem, não deveriam se tornar os instrumentos da dissenção, contenda ou ódio religioso, criando obstáculos no caminho da tolerância, unidade e convivência pacífica de todas as fés.

Em tudo isto há um pano de fundo: não podemos nos calar perante um fenômeno dos mais estranhos e mais tristes da atualidade, que é a irrupção do fanatismo e dogmatismo religiosos que invocam uma exclusividade de um ou outro grupo no acesso ao que é divino ou transcendente. E é isto a consequência da referida decisão: os valores espirituais de amor à humanidade e crença na dimensão espiritual da humanidade são minados para conduzir a vitórias de um pensamento religioso em particular em detrimento a outro.

Não cabe a um juiz definir “o que venha a ser religião”, pois é a Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas, a cuja Declaração Universal dos Direitos Humanos o Brasil é signatário, que define o estatuto internacional que protege o direito de livremente se adotar ou seguir uma crença ou religião sejam elas “crenças teístas, não-teístas e ateístas”.

A crença fundamental bahá’í é que um único Criador divino, em Seu amor infinito, gerou da mesma matéria toda a humanidade; exaltando a preciosa realidade do homem, o honrando com intelecto e sabedoria, nobreza e imortalidade; e conferindo ao ser humano “a distinção e capacidade únicas de conhecê-Lo e amá-Lo”, capacidade esta que "tem de ser encarada como o ímpeto gerador e o propósito primordial subjacente em toda a criação". Não cabe a ninguém, portanto, julgar os méritos e os anseios particulares de uma alma ou as expressões religiosas de um povo. Assim, o papel de todas as instituições, qualquer que seja sua natureza, deve ser o de promover a unidade, o respeito mútuo e a convivência pacífica.

O pensamento que advogamos é que: “Não pode haver dúvida alguma de que os povos do mundo, de qualquer raça ou religião que sejam, derivam sua inspiração de uma só Fonte Celestial e são súditos de um só Deus”. Isto exige de nós , portanto, agir de modo inteiramente fraternal.

Portanto, a crise desencadeada pela decisão do juiz traz à tona a inescapável responsabilidade que cabe às lideranças religiosas: como traduzir em ações e comportamentos os conceitos de amor, unidade e fraternidade predicados por todas as religiões, abandonando-se rivalidades ocultas ou ostensivas? Como manter-se fiel ao ensinamento maior – o amor ao próximo – deixando de lado tudo aquilo que possa antagonizar seres humanos e esgarçar o tecido social? A construção de uma sociedade alicerçada no bem-estar coletivo e na paz, na qual todas as pessoas são respeitadas e protegidas, bem como suas crenças e tradições é o desafio maior do Brasil neste momento de sua história.

Brasília, 20 de maio de 2014.

Comunidade Bahá’í do Brasil"

 
"Juiz volta atrás e agora considera candomblé e umbanda como religiões. http://glo.bo/1i1c1f1"

terça-feira, 20 de maio de 2014

CÃO! CÃO! CÃO!



Abriu a porta e viu o amigo que há tanto não via. Estranhou apenas que ele, amigo, viesse acompanhado por um cão. Cão não muito grande, mas bastante forte, de raça indefinida, com toda efusão. “Quanto tempo!”. O cão aproveitou as saudações, se embarafustou casa adentro e logo o barulho na cozinha demonstrava que ele tinha quebrado alguma coisa. O dono da casa encompridou um pouco as orelhas, o amigo visitante fez um ar de que a coisa não era com ele. “Ora, veja você, a última vez que nos vimos foi...” “Não, foi depois, na...” “E você, casou também?” O cão passou pela sala, o tempo passou pela conversa, o cão entrou pelo quarto e novo barulho de coisa quebrada. Houve um sorriso amarelo por parte do dono da casa, mas perfeita indiferença por parte do visitante. “Quem morreu definitivamente foi o tio... Você se lembra dele?” “Lembro, ora, era o que mais... não?” O cão saltou sobre um móvel, derrubou o abajur, logo trepou com as patas sujas no sofá ( o tempo passando) e deixou lá as marcas digitais de sua animalidade. Os dois amigos tensos, agora preferiam não tomar conhecimento do dogue. E, por fim, o visitante se foi. Se despediu, efusivo como chegara, e se foi. Mas ainda indo, quando o dono da casa perguntou: “Não vai levar o seu cão?” “Cão? Cão? Cão? Ah, não! Não é meu, não. Quando entrei, ele entrou naturalmente comigo e eu pensei que fosse seu. Não é seu, não?”

MORAL: Quando notamos certos defeitos nos amigos, devemos sempre ter uma conversa esclarecedora.

Millôr Fernandes, in Fábulas Fabulosas.


terça-feira, 13 de maio de 2014

Alimentação: nosso primeiro remédio

Canadense, o professor Richard Béliveau é doutor em bioquímica, diretor científico do Laboratório de Medicina Molecular e da Cadeira em Tratamento do Câncer da Universidade de Quebec, em Montreal. Co-autor com Denis Gingras de A dieta anti-envelhecimento (Le Livre de Poche), ele explora há mais de 30 anos as propriedades anticancerígenas dos alimentos. Há pesquisas muito avançadas na América do Norte para doenças da civilização em plena expansão.





Doença de Alzheimer, câncer, diabetes, problemas cardiovasculares... Estas doenças da civilização poderiam ser evitadas com a mudança da nossa alimentação, explica o Dr. Béliveau, lembrando o famoso ditado de Hipócrates, há cerca de 2.500 anos: "Que teu alimento seja teu único remédio”. No Laboratório de Medicina Molecular que ele dirige, o professor canadense explora com sua equipe há mais de 30 anos as moléculas dos alimentos e suas propriedades anticancerígenas.

A entrevista é de Sophie Bartczak e publicada no sítio da revista francesa La Vie, 29-04-2014. A tradução é de André Langer.

Eis a entrevista.

As pesquisas sobre os alimentos saudáveis são feitas em grande parte nos Estados Unidos ou no Canadá. Como você explica isso?

A epidemia da obesidade e da crise da malbouffe [ou junk food, em inglês, comida lixo, porcaria] afetou-nos bem antes de vocês [franceses] e os custos e os impactos são tão grandes sobre a nossa sociedade que elas exigem que os políticos deem respostas, como a sra. Obama, que fez disso uma parte importante da sua comunicação como primeira-dama. Em regiões como o Mississipi, a obesidade chega a 88%! No Canadá, metade do orçamento do Estado deve ser destinado à saúde. Assistimos a uma ruptura na transmissão dos conhecimentos culinários entre mães e filhas. Atualmente, a dona de casa americana conhece menos de oito receitas culinárias. Este deserto culinário foi preenchido pela indústria de alimentos e a onda de epidemias de saúde decorrentes desta comida lixo chega à Europa e inclusive à França. Fortalezas como Creta ou a ilha de Okinawa, modelos de uma alimentação saudável, são agora afetadas: a cultura das pizzas e dos [biscoitos] crackers invadiu a ilha japonesa em contato com as bases norte-americanas que ali estão instaladas.

Podemos nos curar com a alimentação?

Nós não testamos, até agora, alimentos em doenças, como se faz com medicamentos. Seria preciso usar os mesmos métodos de avaliação com o mesmo custo (300 a 400 milhões de euros para a colocação no mercado de um medicamento). Há pouca chance de que um produtor de brócolis rentabilize seu investimento... Ao contrário, no campo da prevenção, sabemos por cortes de estudos populacionais realizados com dezenas de milhares de pessoas que determinados alimentos reduzem os riscos de doenças ou aumentam as chances de sobrevivência após uma doença grave. Na cardiologia, por exemplo, um centro de Montreal acompanha pacientes vítimas de infarto: nós os fazemos reagir e estão caminhando rumo a uma dieta mediterrânea, reduzindo assim o risco de morte em 30%. O ideal é que após um câncer, se possa "prescrever" um regime anticâncer... Sabemos, por exemplo, que três porções semanais de couve e de brócolis aumentam a sobrevivência em 60% entre as pessoas que tiveram um câncer de bexiga.

Você diz que nunca é tarde demais para mudar a alimentação...

Perfeitamente. Muitos estudos mostraram que, mesmo após os 65 anos, se introduzirmos chá verde ou polifenóis alimentares (frutas vermelhas, chocolate, frutas cítricas, vinho tinto, maçãs, cebolas...), há um efeito de proteção e de redução do declínio cognitivo, especialmente. Um único alimento pode por si só inverter com ótimos resultados os parâmetros de saúde. Assim, uma colher de sopa por dia de semente de linhaça moída permite reduzir em 50% os marcadores moleculares da inflamação, isso em apenas um ou dois meses.

Doenças cardiovasculares, câncer, diabetes do tipo 2, doença de Alzheimer: como essas doenças são causadas pela alimentação?

Elas têm um denominador comum de inflamação crônica que cria um ambiente propício para o seu desenvolvimento. Nossa alimentação tornou-se pró-inflamatória ao alterar o equilíbrio entre o ômega 6 e o ômega 3: hoje, há seis vezes mais ômega 6 nos nossos pratos, enquanto que a ingestão de ômega 3 deve ser o equivalente. O xarope de milho e o óleo de milho utilizados pela indústria contribuem para esta prevalência de ômega 6 pró-inflamatório. Para compreender o impacto sobre o câncer, eu dou muitas vezes o exemplo de uma semente: conservada na geladeira, ele não cresce, mas colocada na terra sob luz e com água, ela cresce. O mesmo vale para os genes do câncer: a inflamação permite que eles se manifestem. De maneira simplista, devemos entender que quando se é gordo, se é "inflamado" via adipócitos, especialmente. Ora, obesidade, a hipertensão e o colesterol – doenças relacionadas ao excesso de gorduras ruins – aumentam em 600% o risco da doença de Alzheimer e do declínio cognitivo.

Você conclama cada um a encarregar-se da sua saúde...

Cada um de nós é responsável pela sua saúde e a de seus filhos. Paremos de pensar que os nossos problemas são devidos à má sorte, à poluição ou à genética! São a nossa alimentação e a nossa maneira de viver que modulam nossas predisposições, e a maioria dos centenários deve a sua longevidade ao seu estilo de vida mais do que à sorte ou à hereditariedade. A prova disso é que filhos adotivos têm os mesmos índices de câncer do que os seus pais adotivos! Enfim, comer bem ou mal não é uma questão de renda, mas, deve-se, sobretudo, à desinformação e às campanhas de publicidade massivas das indústrias, que gastam bilhões por ano em publicidade e lobbies.

Fonte: <http://www.ihu.unisinos.br/noticias/530946-a-alimentacao-e-o-nosso-primeiro-remedio-entrevista-com-richard-beliveau> Acesso em: 05-05-2014. Título original: "A alimentação é o nosso primeiro remédio". Entrevista com Richard Béliveau.

terça-feira, 6 de maio de 2014

10 números sobre a fome

A FAO, a organização das Nações Unidas que luta contra a fome e a desnutrição, por ocasião da sua sessão anual de conferências realizadas em Roma, entre os dias 15 a 22 de junho, divulgou alguns dados que fornecem um quadro da situação alimentar no mundo.

A reportagem é da revista Popoli, 27-04-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

- 870 milhões de pessoas não têm o suficiente para comer. O número diminuiu em relação a 1990, mas é um pouco mais alto do que no início da crise econômica (2008).

- 98% das pessoas subnutridas vivem em países pobres ou em desenvolvimento, onde representam 15% dos habitantes.

- A maior parte deles vive na Ásia e no Pacífico (cerca de 563 milhões de pessoas). Além disso, aí vive a maior parte da população mundial, mas os números marcam quedas promissoras.

- Se as mulheres que trabalham nos campos tivessem o mesmo acesso aos recursos que os homens, o número de pessoas subnutridas poderia ser mais baixo do que 150 milhões.

- A malnutrição contribui para a morte de 2,6 milhões de crianças com menos de cinco anos de idade por ano (um terço do total).

- Mais ou menos uma em cada seis crianças (cerca de 100 milhões) nos países pobres estão abaixo do peso.

- Uma em cada quatro crianças no mundo tem atraso no crescimento (raquitismo). Nos países pobres, uma em cada três.

- 80% das crianças com atraso no crescimento vivem em cerca de de 20 países.

- 66 milhões de crianças da escola primária vão à aula com o estômago vazio; 23 milhões na África.

- O Programa Alimentar Mundial (PAM) calcula que, em um ano, para alimentar esses 66 milhões de crianças, são necessários 3,2 bilhões de dólares.

- O último número é acrescentado por nós: o valor necessário para alimentar as crianças equivale a 2,4 bilhões de euros, o custo de cerca de 20 aviões F-35.

Fonte:  <http://www.ihu.unisinos.br/noticias/530657-10-numeros-sobre-a-fome> Acesso em: 05/05/2014.