Por Ernaldina Sousa Silva
Rodrigues
Um casal de namorados
caminha displicentemente pela rua de uma cidade conhecida por Buritis. De repente, ela se
sente atraída pelo olhar de alguém. Percebe um rapaz em um grupo ali perto
olhando para os dois. À medida que o casal se aproxima, nota mais pessoas no
grupo que se encontra parado no início de uma calçada paralela à rua ao lado de
um carro. Os olhares se multiplicam. O grupo observa o casal. Ela,
então, vê uma figura muito conhecida no grupo. Neste momento, bem mais próximo do
grupo, aquela figura de destaque chama o nome dela e
dele. A partir daquele momento, ela se concentra somente nas pessoas do grupo, não dando conta da
conversa que flui no mesmo instante, entre ele e aquela figura que
representava o próprio poder numa outra cidade vizinha conhecida por Vazante. Ela cumprimenta um a um
dos presentes e não nota outras figuras dentro do carro ali parado. O casal, então,
despede-se do grupo e continua sua caminhada pela calçada rumo ao evento que
acontece logo à frente. Quando já estava um pouco mais afastado, o casal explode
no riso. O olho do poder estava por toda a parte. Aliás, eles encontraram o
próprio poder. Depois, foram para a fila, mas o pensamento dos dois estava no
que tinha acabado de acontecer. Ela ria o tempo todo e só depois é que se
deu conta da situação. Entraram e saíram imediatamente do local onde acontecia o evento. Tinha muita gente, muito barulho. Os dois precisavam conversar
sobre o acontecido. Eles sentaram, então, num local de pouco movimento e foram
conversar. Conversaram muito sobre a figura que representava o poder e... Ela
ouvia tudo e pensava como as coisas tinham caminhado até ali. Ah! Noite fria.
Foram embora daquela cidade. Assim que chegaram à cidade de Vazante, foram para a
casa dele, fizeram café e conversaram. Ele falou sobre os sonhos que tinha.
Nos sonhos ele se via no passado, num barco bem real. O passado envolvendo o
presente. A realidade envolvendo o passado. Depois de quase esgotada aquela
conversa e as emoções vividas naquele dia, foram dormir. A vontade de juntar os
corpos para saciar o desejo de amar se fez mais forte. Muito frio lá
fora. Roupas espalhadas. Os dois foram
para cama e o desejo falou mais forte. “Os botões da blusa que você usava [..] Nos lençóis macios, amantes se dão,
travesseiros soltos, roupas pelo chão, braços que se abraçam, bocas que
murmuram”. Na manhã seguinte, acordaram bem mais tarde, rindo da situação.
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