Todas as coisas na vida mudam, algumas lentamente e outras, com rapidez. Não sentimos tanto as mudanças graduais, mas as repentinas vêm como um grande choque.
A certeza da morte deveria ter maiores influências sobre a conduta diária do homem. Isso não ocorre, talvez, porque o homem não tem uma resposta para a simples pergunta: Por que eu existo?
A vida tem sentido após a morte? Devemos entender que tanto a vida como a morte fazem parte de um plano divinamente estabelecido e que não estamos aqui como consequência de um mero acidente. Todos os seres criados tem uma missão especial e única para cumprir neste mundo. A nossa perda total não é a morte e sim, não cumprir o propósito pelo qual existimos.
Segundo George Santayana, o homem que se desempenhou de suas obrigações, a morte é tão natural e bem vinda quanto o sono.
A morte pode vir de súbito, mas, como o nascimento, é uma porta aberta para uma vida nova e superior.
'Abdu'l-Bahá, filho de Bahá'u'lláh, nos explica:
Imaginar que o espírito pereça ao morrer o corpo, é como imaginar que o pássaro morra ao quebrar-se-lhe a gaiola. Nosso corpo é apenas a gaiola, enquanto o espírito é o pássaro.
A morte concede a dádiva da Vida Eterna. Por que hás de ficar triste, com coração pesaroso? Essa separação é temporária. Encontrarás o teu filho no Reino de Deus e atingirás a união sempiterna. A associação física é efêmera, mas a Celestial é imperecível.
Sempre que te lembrares da união eterna e infindável, acharás conforto.
Sabe tu que a alma do homem está elevada acima de todas as enfermidades do corpo ou da mente e independentes delas.
O mundo do além é tão diferente deste mundo, como este é do mundo da criança ainda no ventre materno.
A alma, após sua separação do corpo, continuará a progredir até que atinja a presença de Deus... mostrará tal ascendência e revelará tamanha influência, que força alguma na terra pode igualar.
[...]Para vivermos na Terra, passamos nove meses no ventre da nossa mãe, desenvolvendo o corpo. Da mesma forma, Deus nos dá a oportunidade desta vida física tão passageira, com o propósito de prepararmos para a Vida Eterna. Ao passarmos do mundo material ao espiritual (e a isto chamam de "morte"), deixamos as riquezas, o diploma, a posição social, e só levamos as qualidades espirituais (amor, veracidade, paciência, pureza...).
A relação entre espírito e corpo é semelhante à do sol com o espelho... O espírito exerce supremo domínio sobre o corpo; a sua força e influência tornam-se visíveis nele, semelhantes às graças do sol refletidas no espelho.
As enfermidades do corpo não o atingem; ainda que o corpo se torne débil, perca mãos, pés e língua, ou seja privado dos sentidos, audição ou vista, nada disso terá efeito algum sobre o espírito. É claro, pois é indiscutível, que o espírito difere do corpo, e sua duração é independente da duração deste. Na verdade, o espírito exerce supremo domínio sobre o corpo; sua força e sua influência tornam-se visíveis nele, semelhantes às graças do sol refletidas no espelho. O espelho, porém, ao cobrir-se de pó, ou quebrar-se, deixa de refletir os raios do sol. ( 'Abdu'l-Bahá ).
Fonte: Folheto Fé Bahá'í. Vida após a Vida: Citações e Orações das Sagradas Escrituras da Fé Bahá'í. Brasília, DF, Brasil.