A alegria vem
de não desistirmos de nós mesmos, de atentamente permanecermos conosco e começarmos
a experimentar nosso grande espírito guerreiro.
A chave é estar
aqui, totalmente ligados no momento, prestando atenção aos detalhes da vida
normal. Ao cuidarmos de coisas normais – nossos potes e panelas, nossas roupas,
nossos dentes – nós nos rejubilamos com elas. Quando lavamos um legume, ou
penteamos o cabelo, estamos expressando apreciação: amizade para conosco e para
com a qualidade viva que se encontra em tudo. Esta combinação de consciência
plena e reconhecimento nos conecta totalmente com a realidade e nos traz alegria.
Ao estendermos atenção e reconhecimento para nosso ambiente e para as outras
pessoas, nossa experiência de júbilo fica ainda maior.
Na tradição zen,
os alunos são ensinados a fazer reverência para outras pessoas, bem como para objetos
comuns, como uma maneira de expressar seu respeito. São ensinados a zelar
igualmente por vassouras, vasos sanitários e plantas, para demonstrar sua
gratidão para com elas.
Rejubilar-se com
coisas comuns não é sentimental ou trivial. Na realidade, exige coragem. Cada
vez que abandonamos nossas queixas e permitimos que a boa sorte do dia-a-dia
nos inspire, entramos no mundo do guerreiro. Podemos fazê-lo mesmo nos momentos
mais difíceis. Tudo o que vemos, ouvimos, provamos e cheiramos tem o poder de
nos fazer mais fortes e de nos animar.
Fonte: Monja Pema
Chödrön. Trechos do capítulo 10 do livro “Os lugares que nos assustam” 2014 - Editora
Sextante.
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