Por Ernaldina Sousa Silva
Rodrigues
Henry A. Giroux nascido em
Providence, Rhode Island, Estados Unidos, filho de emigrantes canadenses.
Estudou historia em Barrington (1968-1974) e doutorou-se na Universidade
de Carnegie Mellon de Pittsburgh (1977). Iniciou como docente na
Universidade de Boston (1977-1983), de
lá passou para a Universidade de Miami em Oxford,1983-1992). Diretor do Centro
Estudos de Educação e Cultura da Universidade de Miami. Catedrático na
Universidade do Estado da Pennsylvania (1992). Seu trabalho acadêmico mais
significativo consiste em integrar os estudos culturais dentro do estudo da
educação e da Pedagogia, assim como por
sua crítica radical ao sistema educativo e cultural muito determinado pelo
mercado das industrias culturais norteamericanas.[1]
Giroux é um
crítico da cultura estabelecida nos Estados Unidos, arraigada nos circuitos do
mercado, que apresenta como instrumento de socialização valores democráticos pobres, orientados à reprodução dos mitos que
descrevem a realidade e a história norteamericanas. Denuncia os impérios
culturais e mediáticos como causadores
do desaparecimento do espaço público e o
empobrecimento general dos norteamericanos desde as fases da infância e da
juventude. Ao estabelecer una relação entre os estudos sobre educação e
cultura, descreve os efeitos negativos sobre a socialização cívica.[2]
O ensaio O pós-modernismo e o
discurso da crítica educacional, escrito por Giroux, faz parte do livro intitulado Teoria educacional em tempos pós-modernos, organizado
por Tomaz Tadeu da Silva.
Giroux inicia o texto com uma breve introdução que permite visualizar o
desenvolvimento do capítulo que tem por base argumentos sobre o pós-modernismo
frente a uma pedagogia crítica.
Primeiramente, o autor fornece uma base teórica sobre o significado do pós-modernismo por meio
de um exame fundamentado nas visões de Jean-François Lyotard, Frederic Jameson
e outros autores. Descreve o significado e a condição pós-moderna.
Na sequência, analisa a problemática pós-moderna no contexto do
pós-modernismo e a crise da totalidade e do fundacionalismo; o pós-modernismo,
cultura e a problemática da alteridade; o pós-modernismo e a crise da
linguagem, da representação e da agência. Trata do ataque pós-moderno às
teorias da totalidade e às narrativas mestras; do desenvolvimento de uma
política que trate a cultura popular e afirme a importância das culturas
minoritárias; enfatiza questões sobre alteridade e sobre as vozes dos grupos
marginalizados e sobre a subjetividade.
Finalmente, Giroux explicita os insights
oferecidos pelo pós-modernismo aos educadores como parte de uma teoria mais
ampla de escolarização e de pedagogia crítica (GIROUX, 1993, p. 63).
O ensaio de Giroux fundamenta-se essencialmente no campo teórico,
discursivo, argumentativo. Oferece algumas ideias para que possamos pensar
criticamente na modernidade e pós-modernidade, ponderando e combinando
realmente os elementos que perpassam as duas teorias. Precisamos analisar a
modernidade e a pós-modernidade de uma maneira dialógica, não linear;
integrando os excluídos socialmente, outras manifestações culturais e
identidades sociais e as vozes dos excluídos ao longo do século e da história.
Necessário se faz desenvolver novas formas de linguagem e de práticas
críticas que integrem pessoas e desvele o currículo oculto no processo
educativo. O importante é reelaborar as narrativas mestras e as teorias da
totalidade para investir em outras maneiras de ver o mundo e a escola, local de
formação, de complexidade e embate de relações sociais.
Referência:
GIROUX, H. A. O pós-modernismo e o discurso da crítica educacional. In:
Silva, Tomaz.Tadeu (Org.). Teoria
educacional em tempos pós-modernos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993, p.
41-69.
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