terça-feira, 16 de julho de 2013

O pós-modernismo e o discurso da crítica educacional: apontamentos de leitura




Por Ernaldina Sousa Silva Rodrigues

Henry A. Giroux  nascido em Providence, Rhode Island, Estados Unidos, filho de emigrantes canadenses. Estudou historia em Barrington (1968-1974) e doutorou-se na Universidade de  Carnegie Mellon  de Pittsburgh (1977). Iniciou como docente na Universidade de  Boston (1977-1983), de lá passou para a Universidade de Miami em Oxford,1983-1992). Diretor do Centro Estudos de Educação e Cultura da Universidade de Miami. Catedrático na Universidade do Estado da Pennsylvania (1992). Seu trabalho acadêmico mais significativo consiste em integrar os estudos culturais dentro do estudo da educação e da Pedagogia, assim como  por sua crítica radical ao sistema educativo e cultural muito determinado pelo mercado das industrias culturais norteamericanas.[1]

Giroux é um crítico da cultura estabelecida nos Estados Unidos, arraigada nos circuitos do mercado, que apresenta como instrumento de socialização  valores democráticos  pobres, orientados à reprodução dos mitos que descrevem a realidade e a história norteamericanas. Denuncia os impérios culturais e mediáticos como  causadores do  desaparecimento do espaço público e o empobrecimento general dos norteamericanos desde as fases da infância e da juventude. Ao estabelecer una relação entre os estudos sobre educação e cultura, descreve os efeitos negativos sobre a socialização cívica.[2]

O ensaio O pós-modernismo e o discurso da crítica educacional, escrito por  Giroux, faz parte do livro intitulado Teoria educacional em tempos pós-modernos, organizado por Tomaz Tadeu da Silva.

Giroux inicia o texto com uma breve introdução que permite visualizar o desenvolvimento do capítulo que tem por base argumentos sobre o pós-modernismo frente a uma pedagogia crítica.

Primeiramente, o autor fornece uma base teórica sobre o significado do pós-modernismo por meio de um exame fundamentado nas visões de Jean-François Lyotard, Frederic Jameson e outros autores. Descreve o significado e a condição pós-moderna.

Na sequência, analisa a problemática pós-moderna no contexto do pós-modernismo e a crise da totalidade e do fundacionalismo; o pós-modernismo, cultura e a problemática da alteridade; o pós-modernismo e a crise da linguagem, da representação e da agência. Trata do ataque pós-moderno às teorias da totalidade e às narrativas mestras; do desenvolvimento de uma política que trate a cultura popular e afirme a importância das culturas minoritárias; enfatiza questões sobre alteridade e sobre as vozes dos grupos marginalizados e sobre a subjetividade.

Finalmente, Giroux explicita os insights oferecidos pelo pós-modernismo aos educadores como parte de uma teoria mais ampla de escolarização e de pedagogia crítica (GIROUX, 1993, p. 63).

O ensaio de Giroux fundamenta-se essencialmente no campo teórico, discursivo, argumentativo. Oferece algumas ideias para que possamos pensar criticamente na modernidade e pós-modernidade, ponderando e combinando realmente os elementos que perpassam as duas teorias. Precisamos analisar a modernidade e a pós-modernidade de uma maneira dialógica, não linear; integrando os excluídos socialmente, outras manifestações culturais e identidades sociais e as vozes dos excluídos ao longo do século e da história.

Necessário se faz desenvolver novas formas de linguagem e de práticas críticas que integrem pessoas e desvele o currículo oculto no processo educativo. O importante é reelaborar as narrativas mestras e as teorias da totalidade para investir em outras maneiras de ver o mundo e a escola, local de formação, de complexidade e embate de relações sociais.

Referência:

GIROUX, H. A. O pós-modernismo e o discurso da crítica educacional. In: Silva, Tomaz.Tadeu (Org.). Teoria educacional em tempos pós-modernos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993, p. 41-69.


[2] Ibid.  Acesso  em: 25 jun. 2007.

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