Por Ernaldina Sousa Silva Rodrigues
Roseli P. Schnetzler é bacharel e licenciada em
Química pela USP, mestre em Educação pela UNICAMP e doutora em Educação Química
pela Universidade de East Anglia, Inglaterra. É docente no Programa de Pós-Graduação
em Educação da Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP).
Roseli escreveu o artigo Concepções e alertas sobre Formação
Continuada de Professores de Química visando discutir concepções e alertas
sobre Formação Continuada de professores de Química. No artigo, a autora
destaca três razões para incentivar ações e programas de formação continuada
(FC) para o desenvolvimento profissional dos professores de Química: contínuo
aprimoramento profissional do professor no contexto de trabalho; superação do distanciamento entre pesquisa
sobre Educação em Química e sua utilização no ensino e na aprendizagem; danos e lacunas da formação inicial do futuro
professor de Química.
Aponta as razões para a pouca
efetividade das ações de FC nos cursos de reciclagens e capacitação docente: o
conteúdo dos cursos não tem relação com os problemas vivenciados pelos
professores; os cursos não são contínuos e o professor não socializa o que
apreendeu no curso; os cursos são realizados fora da escola; e os professores são
obrigados a participarem desses cursos.
Apresenta as condições essenciais
na formação continuada, entendida como direito dos professores: FC depende das
necessidades dos participantes; FC deve promover a constituição de grupos de
professores; definir tempo livre e remunerado para reuniões; programa centrado
nos problemas da prática docente apontados pelos professores; necessidade da FC
propiciar o aprendizado da profissionalização na ação docente, com o outro;
programa de FC deve ter equilíbrio entre necessidades formativas individuais e
coletivas.
Aponta alguns alertas sobre as
bandeiras do professor reflexivo ou do professor pesquisador de sua própria
prática, sobre a parceria entre professores da educação básica e professores
universitários e sobre a escola como local da FC. Ressalta a organização das
ações de FC a partir dos problemas
vivenciados pelo professor.
Aborda e discute o papel do
formador em um programa de FC baseado em uma parceria colaborativa entre
professores de educação básica e professores universitários, destacando as
possíveis contribuições desses colaboradores.
Assim, analisa quatro parcerias publicadas na Revista Química Nova na Escola e evidencia os problemas de Ensino
de Química abordados, os temas discutidos pelos participantes, a participação
do professor universitário e os principais resultados obtidos.
O artigo discute algumas
concepções e alertas sobre FC de professores de Química e nos ajuda a pensar a
FC de forma ampla, centrada nas situações vivenciadas e apontadas pelos
professores no seu local de trabalho. A
formação continuada perpassa toda a vida profissional do professor. Para que
essa FC tenha efeito, há necessidade de que o professor tenha interesse em
participar do processo, tenha iniciativa e esteja disposto a compartilhar os
seus problemas, questionamentos e angústias com seus pares. Ao mesmo tempo, a
escola, a equipe de gestão e coordenação precisam promover a abertura desse
espaço de discussão, a fim de possibilitar esse entrosamento e socialização, além
de acreditar no potencial do professor como agente capaz de produção de
saberes. A escola pode e deve buscar parceria da universidade no sentido de
viabilizar contribuições para a FC
tendo como foco o professor.
O artigo corrobora de forma
significativa com as discussões da FC de professores.
Referência
SCHNETZLER, Roseli P. Concepções e alertas sobre Formação
Continuada de Professores de Química. Química Nova na Escola, N 16,
novembro, 2002.
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