Por Ernaldina Sousa Silva Rodrigues
Segundo Marx, a liberdade e a
igualdade entre os homens conseguiriam andar juntas no sistema econômico
capitalista, a partir do momento que o proletariado utilizasse toda a força do
Estado para acabar com a sociedade de classes, ou seja, acabar com as classes
sociais, restabelecendo a igualdade inicial entre os homens. Quando as classes
estivessem sido finalmente abolidas, o próprio Estado deixaria de existir, pois
teria perdido completamente a sua função, que seria a de garantir a dominação
de uma classe sobre as demais. Com isso, o capitalismo libertaria o homem das
condições de dominação existentes nas sociedades tradicionais e soltaria as
amarras que até então impediam o pleno desenvolvimento das forças produtivas
nas sociedades humanas. Nesse sentido, os homens seriam livres e iguais.
Se por um lado Marx acreditava
que o pleno desenvolvimento do capitalismo era uma condição necessária para a
implantação do socialismo, por outro lado, John Locke afirmava que "ser livre é poder fazer ou
não fazer o que se quer". A liberdade do ser humano aparece como a
responsabilidade de cada um, pelos seus atos, não pela sua vontade. Locke
tratava do estado natural para justificar a liberdade. Para ele, todos somos
iguais e independentes, sendo que ninguém poderá prejudicar o outro em sua
vida, saúde, liberdade ou posses.
Partindo dessas teorias e com base:
1) no Art. 1º da Declaração Universal dos Direitos Humanos, segundo a qual “todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade”. e
2) no Art. 5º da Constituição Federal, que afirma serem “todos são iguais perante a lei”, percebe-se que liberdade e igualdade andam juntas somente perante a lei.
Se analisarmos o termo liberdade
em um sentido mais amplo, temos o direito de ir e vir, de expressar, de falar,
de pensar; a liberdade de crença, de inviolabilidade do direito à vida, à
segurança e à propriedade. A liberdade pressupõe, segundo as leis, tratamento
“igual” para "todos". Como vivemos em uma sociedade de classes onde:
existem extremos de riqueza e pobreza, pessoas que ainda morrem de fome, analfabetos,
ricos cada vez mais ricos e pobres cada vez mais pobres, desempregados etc,
podemos afirmar que a igualdade faz parte apenas da vida de alguns, enquanto
outros a aspiram. O que se presencia é a concentração e a acumulação de
riquezas gerando muitas desigualdades sociais.
Referência:
COELHO, Ricardo Corrêa. Estado, governo e mercado / Ricardo
Corrêa Coelho. – Florianópolis : Departamento de Ciências da Administração /
UFSC; [Brasília] : CAPES : UAB, 2009.
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