Por Ernaldina Sousa Silva Rodrigues
A
teoria liberal defende a ideia de que a vida em sociedade não é o ambiente
natural do homem, mas um artifício fundado em um contrato social. Esse contrato
que funda a sociedade civil foi precedido por um estado de guerra (exceto para
John Locke) e um estado de natureza, no qual as relações humanas eram regidas pelo
Direito Natural. Nesse sentido, o Direito Natural constitui a única base
legítima do Direito Civil. Sendo assim, somente por meio da razão seria
possível conhecer os direitos naturais para, com base neles, estabelecer os
fundamentos de uma ordem política legítima. Então, sob a ordem civil os
direitos naturais dos indivíduos têm necessariamente de ser preservados. A
renúncia a qualquer desses direitos – ainda que voluntária – seria sempre
legítima, pois equivaleria à abdicação da própria humanidade.
Para
a teoria marxista, antes que surgissem as primeiras civilizações, o modo de
produção predominante teria sido o do “Comunismo primitivo”. Neste modo, a
humanidade viveria organizada em tribos, não haveria Estado, divisão social do
trabalho, classes sociais, nem propriedade. A produção e o consumo seriam
produtivos, não havendo excedente de riqueza. No comunismo primitivo, os homens
viveriam na mais absoluta igualdade, mas também na escassez e na miséria. A
produção de um excedente econômico só seria possível a partir da invenção da
agricultura e da divisão social do trabalho, que traria consigo a divisão do
grupo social em diferentes classes, as quais, por sua vez, iriam se apropriar
de forma distinta da riqueza produzida, ensejando assim o surgimento de uma
classe dominante sobre uma ou mais classes dominadas. Seria a partir desse
momento que surgiria o Estado com a função de garantir a dominação de classe.
Sendo assim, a natureza desse domínio se faz para atender aos interesses
econômicos de uma determinada classe, a burguesia.
Referência:
COELHO, Ricardo Corrêa. Estado, governo e mercado / Ricardo Corrêa Coelho. - Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília]: CAPES: UAB, 2009.
Referência:
COELHO, Ricardo Corrêa. Estado, governo e mercado / Ricardo Corrêa Coelho. - Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília]: CAPES: UAB, 2009.
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