Por
Ernaldina Sousa Silva Rodrigues
Milton Friedman,
economista, nasceu no dia 31 de julho de
1912, em uma família judia no bairro do Brooklyn, na cidade de Nova York. Seus
pais vieram da cidade de Beregovo, na região da Transcarpácia, na Ucrânia.
Obteve seu PhD na Universidade Columbia em 1946 e foi professor de economia na
Universidade de Chicago entre 1946 e 1976.[1]
Publicou dezenas de livros e artigos. Os mais famosos são: "A Theory
of the Consumption Function [Uma Teoria da Função do Consumo]"; "The
Optimum Quantity of Money and Other Essays [A Melhor Quantidade de Dinheiro e
Outros Ensaios]"; "A Monetary History of the United States [Uma
História Monetária dos Estados Unidos]"; "Monetary Statistics of the
United States [Estatísticas Monetárias dos Estados Unidos]" e
"Monetary Trends in the United States and the United Kingdom [Tendências
Monetárias nos Estados Unidos e no Reino Unido]". Os três últimos foram
escritos junto com A. J. Schwartz.[2]
Os textos Relação Entre Liberdade
Econômica e Liberdade Política, Papel do governo numa Sociedade Livre e o Papel do Governo na Educação, fazem
parte do livro Capitalismo e Liberdade
de Milton Friedman.
No capítulo I Relação
Entre Liberdade Econômica e Liberdade Política (FRIEDMAN, 1982, p. 17-28),
o autor trata da ilusão da liberdade individual por meio de determinada
organização política, da relação existente entre economia e política, da
possibilidade de combinações entre determinadas organizações econômica e
política e da impossibilidade de uma sociedade socialista também ser
democrática no sentido de garantir a liberdade individual. Aponta duas formas
de coordenar as atividades econômicas das pessoas: por meio da cooperação voluntária
ou pela coerção. Afirma que a liberdade
política significa ausência de coerção sobre um homem por parte
de seus semelhantes (Ibid., p. 23). A ameaça estaria no uso do poder
de coerção; e a preservação da liberdade
requer a eliminação, dispersão e distribuição do poder, já que o poder
econômico pode ser amplamente dispersado e o poder político é mais difícil de
descentralizar (Ibid., 23-4). Alerta para a separação entre poder econômico e
poder político. Finaliza o capítulo afirmando que os socialistas e os comunistas estariam negando a liberdade e seriam
os inimigos do mercado livre (Ibid.,
p.28), do capitalismo, citando e comentando os exemplos da experiência de Winston Churchill e da lista negra de Hollywood (Ibid., p. 26-8).
No capítulo II Papel do governo numa Sociedade Livre (Ibid., 29-41), Friedman discute o papel do governo que legisla,
arbitra, determina as regras do jogo do mercado, age tendo por base o monopólio técnico e os efeitos laterais e suplementa o
paternalismo na proteção dos irresponsáveis. O Estado é o árbitro no jogo
econômico. De forma clara, Friedman discute a relação do governo com o
monopólio e cita exemplos dessa ação nos Estados Unidos. No Brasil, podemos
citar como exemplo o monopólio do serviço postal, de energia elétrica e do
petróleo como atividades desempenhadas pelo governo brasileiro. O papel do
governo seria regular ou produzir diretamente bens e serviços?
No capítulo VI, Papel do Governo na Educação (FRIEDMAN, 1982, p. 83-100), o autor
destaca o papel do governo na educação geral dos cidadãos, na instrução em
nível superior e na preparação vocacional e profissional, enfocando aspectos
sobre instrução e educação. Analisa a intervenção do governo na educação,
discutindo os efeitos laterais como circunstâncias sob as quais a ação de um
indivíduo impõe custos significativos a outros indivíduos pelos quais não é
possível forçar uma compensação... e o interesse
paternalista pelas crianças e por outros indivíduos irresponsáveis (Ibid.,
p. 83). Expõe os diversos níveis de ensino e formula decisões políticas para a
sua realização. Discorre sobre um mínimo de educação geral para os cidadãos, o
subsídio governamental para a instrução primária, o valor econômico do
indivíduo na instrução secundária, a impossibilidade de uma nacionalização da
instrução de nível superior e a qualificação dos recursos humanos na preparação
vocacional e profissional.
O autor tem uma linguagem clara e fluente. Os
textos construídos por Friedman se configuram como fonte de
avaliação sobre o capitalismo e o socialismo, tendo por base a liberdade
individual e coletiva, de mercado e governamental. Sendo assim, até que ponto somos
realmente livres? Somos livres ou somos escravos de um sistema sustentado pelo
Governo? A sociedade é considerada democrática e regulada pelo capitalismo e
pelo mercado. Friedman propõe um programa liberal sustentado pelo capitalismo
no controle de todas as ações do Estado.
Minha expectativa é de que os textos possam
contribuir para a discussão sobre as relações entre Estado Capitalista e
sociedade, fornecendo subsídios para que os profissionais da área de ensino
compreendam as questões propostas e seus efeitos na área educacional.
Referência
FRIEDMAN,
Milton. Capitalismo e liberdade. São
Paulo: Nova Cultura, Coleção Os Economicistas, 1982, Caps. I e II.
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